Alunos da Escola Carlos Techentin, em Blumenau, voltam às aulas apenas no dia 18

A volta às aulas devolverá a partir desta segunda-feira o clima agitado do ano letivo a 161 escolas e creches das redes municipal e estadual de ensino em Blumenau. Em apenas uma instituição de ensino, a Escola de Educação Básica Carlos Techentin, as férias vão durar mais 10 dias.

A partir do dia 18 os estudantes da unidade administrada pelo Estado deixam o galpão na Rua Wilhelm Weise, bairro Passo Manso, onde estavam desde julho de 2013, e passam a estudar no novo prédio da escola, na Rua Bahia, a alguns metros dali. A obra está dentro do prazo, faltando apenas o término da pavimentação com lajotas e do serviço de jardinagem. Os móveis já foram licitados, mas ainda não chegaram. Os professores preferem começar as aulas com um pouco de improviso do que interrompê-las mais tarde para fazer a mudança de endereço.

Nas novas instalações, mestres e estudantes terão à disposição 20 salas de aulas com capacidade para 35 alunos. Há também laboratórios de informática e química, auditório e biblioteca. Orçada em R$ 8,9 milhões, a obra de 4 mil metros quadrados estava prevista para ser entregue em maio, mas o prazo foi estendido até setembro. O gerente de Infraestrutura da Secretaria de Desenvolvimento Regional, Cleverton João Batista, calcula que se o ritmo de trabalho se mantiver, é possível que tudo esteja pronto até o final de março.

– Escola não é depósito de aluno. Temos de dar as condições para que ele se sinta bem – defende o gerente.

Ressurgindo das cinzas

Se comparada às demais escolas da rede estadual em Blumenau, a Carlos Techentin amarga um dos piores resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013, um dos principais indicadores da qualidade do ensino básico no país. Nas séries iniciais (4ª série/5º ano), a unidade está na penúltima colocação, com nota 5.1 – a meta era 5.3. Nas séries finais (8ª série/9º ano), ficou em último com nota 3.0, com meta de 4.2. A diretora Karla Beatriz Wolff Cruz, elenca fatores sociais e diz que os baixos índices não têm relação com a falta de estrutura enfrentada pelos alunos nos últimos anos:

– Temos aqui uma alta rotatividade, os alunos trocam muito de escola. Eles também não têm rotina de estudo. Os pais não acompanham, alguns nem conhecem o professor dos filhos.

O novo prédio representa outra fase na Carlos Techentin, que no ano passado escolheu a fênix – ave mitológica que ressurge das próprias cinzas – como símbolo da escola. Mãe de aluna de 10 anos, Tânia Regina Poffo Plautz é tesoureira da Associação de Pais e Professores (APP) e já observa entre os moradores a ansiedade de voltar às aulas num novo ambiente.

– Foi uma luta desde 2011. É uma estrutura que a gente não tinha antes. Os alunos vão se comportar de maneira diferente – afirma.

Salas foram improvisadas em ginásio e galpão

A Escola Carlos Techentin vem de um histórico de adversidades. Em agosto de 2011, a instituição passou a oferecer três turnos de aulas para atender a demanda criada com a chegada de duas mil pessoas ao bairro, todas moradoras de um condomínio recém-inaugurado. A medida, em caráter de emergência, durou seis meses. Na época, até o ginásio de esportes foi adaptado para abrigar nove turmas.

Em meados de 2013, com o início da construção do novo prédio, os estudantes foram transferidos para um galpão dividido em 16 salas de aula na Rua Wilhelm Weis. As divisórias feitas em compensado não ofereciam isolamento acústico e não eram raras as sobrecargas de energia causada pelo uso dos aparelhos de ar-condicionado. Todos esses percalços contribuíram para que os professores decidissem se mudar para a escola nova, mesmo ainda em fase de conclusão.

Ano letivo começa hoje

Com exceção da Carlos Techentin, as demais escolas da rede estadual retornam às aulas nesta segunda-feira. Em Blumenau ao todo são 34 centros de ensino, sendo que alguns deles ainda passam por reformas e manutenções. Na rede municipal de ensino, 33 mil alunos de 50 escolas e 78 centros de educação infantil também iniciam o ano letivo nesta segunda.

– Ainda temos muito o que fazer na parte de infraestrutura das escolas. Temos de fazer reformas na parte elétrica, telhados. Mas já avançamos muitos. Ao longo deste ano as obras continuam – explica a secretária de Educação do município, Helenice Glorinha Machado Luchetta.

Com a volta às aulas, a Escola Pública de Trânsito começa uma campanha de alerta para o cuidado Durante os primeiro dias do ano letivo, haverá distribuição de folders e serão colocados cartazes em ônibus e terminais. Agentes também abordarão estudantes e motoristas dando dicas de como agir no trânsito. Para auxiliar no tráfego, guardas de trânsito estarão presentes na maioria das escolas, atuando durante o período de entrada e saída.