É sábado de manhã e Luana Bluchinski Serenini, de nove anos, não estendeu o tempo na cama ou dedicou-se à maratona de desenhos animados da televisão. Antes das 8h30, hora marcada para o compromisso, ela já está lá: entrando pelos portões do Centro Universitário Católica SC para um sexto dia de aulas na semana. Luana está entre os 60 estudantes que integram o projeto de reforço escolar da faculdade. O trabalho, parte da extensão comunitária, leva acadêmicos a se tornarem tutores, por seis meses, dos alunos da região.
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A matemática é a disciplina exclusiva deste ano. A coordenadora da extensão comunitária da Católica SC, Diva Spezia Ranghetti, explica que a matéria é uma das que representam maior dificuldade de aprendizado dos alunos, por isso o foco no ensino das contas e números. Para os estudantes, o entrave está justamente nas quatro operações básicas. Nas duas escolas que participam do projeto, a Julius Karsten e a Cristina Marcatto, foram direcionados alunos do 3º ao 9º ano que têm dificuldades na disciplina e que desejam aprimorar os estudos. Apesar do dia extra de aulas, as crianças garantem que gostam da oportunidade.
– Venho porque gosto e estou aprendendo matemática – sorri Rafaela Durães da Silva Novaski, de dez anos.
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– Eu gosto de pintar, de matemática, do lanche e dos professores – emenda seu colega William Martins, da mesma idade.
Os desafios de ensinar
Nas três horas de reforço, 18 acadêmicos dividem-se para acompanhar grupos de quatro a cinco alunos. Jogos, pinturas e brincadeiras fazem parte da rotina, além de auxílios específicos em problemas vistos na escola: o livro utilizado durante a semana é levado para as aulas e eles apontam as operações nas quais precisam de ajuda extra.
Para os acadêmicos, a experiência é um misto de desafio e realização. Lidar com um grupo de crianças exige equilíbrio entre o companheirismo e a seriedade. Em alguns momentos, até as broncas são necessárias para acalmar os alunos.
– Eu nunca tinha trabalho com crianças, mas já aprendi que temos que diversificar as atividades, pois elas cansam rápido – conta Aliana Esperança, estudante de engenharia elétrica de 24 anos.
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Todos os estudantes que participam do reforço cumprem uma exigência de 30 horas de projetos comunitários. A faculdade oferece diversas opções de projetos, e cada acadêmico opta pelo que mais se interessa.
– Lecionar é uma forma de ajudar da melhor forma que posso – resume Barbara Saturnino dos Santos, 19 anos, aluna de engenharia elétrica.