Para Wilson Delamar Agostinho, a manhã desta quarta-feira foi de descobertas no Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville. Uma delas foi saber que há cinco mil anos a cidade já era ocupada pelos sambaquianos, para quem uma pedra tinha tanta importância quanto qualquer objeto que hoje possa ser considerado essencial. Wilson é um dos 12 alunos da Associação Joinvilense para Integração dos Deficientes Visuais (Ajidevi) que visitaram o museu e puderam ter contato com a história dos primeiros moradores da região, desvendada pela arqueologia.

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– Nem damos atenção para as pedras no chão, mas é interessante saber que elas tiveram muitas utilidades – conclui Wilson, que antes nunca havia ouvido a palavra sambaqui.

Preparados com mapas táteis do espaço expositivo e materiais possíveis de serem manuseados, as educadoras da unidade guiaram os deficientes visuais e mostraram que, mesmo com materiais improvisados – o mapa, por exemplo, foi feito com folhas de calendários -, é possível atender ao público que não pode contar apenas com a visão para conhecer o acervo.

As educadoras Flávia Antunes de Souza e Ingrid Muniz de Lima Diniz ofereceram para toque ossos humanos, de animais, pedras usadas pelos sambaquianos nas atividades diárias e um instrumento utilizado por arqueólogos. As peças, a disposição de qualquer visitante do museu, não têm procedência definida e, por isso, não precisam de cuidados específicos.

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– O Museu de Sambaqui tem projetos voltados para deficientes visuais há 12 anos. É nossa missão provocar a aproximação deste espaço com a população – avalia Flávia.

A unidade da Fundação Cultural de Joinville atende na rua Dona Francisca, nº 600, no Centro. As visitas podem ser agendadas pelo (47) 3433-0114.