O catarinense Bruno Davila Gruner, aluno do Senai em Jaraguá do Sul, conquistou a medalha de ouro em Polimecânica e Automação na WorldSkills Competition, a olimpíada internacional de educação profissional, encerrada nesta quinta-feira (19), em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Os outros quatro representantes do Senai/SC conquistaram medalhas de excelência, destinadas aos competidores que superam 500 pontos em 540 possíveis. O bom desempenho catarinense contribuiu para que o Brasil alcançasse a segunda maior pontuação entre os 68 países que disputaram a competição.

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— Foi o melhor resultado catarinense em todas as edições da WorldSkills. Todos os estudantes do Senai/SC ganharam medalha — celebrou o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, que acompanhou o evento no Oriente Médio.

Segundo ele, o resultado final confirma a qualidade do ensino profissional desenvolvido pelo Senai no Estado.

— Saímos daqui fortalecidos em relação ao trabalho que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Senai fazem em âmbito nacional e nos Estados — afirmou.

Estudantes do Senai de Santa Catarina já haviam conquistado medalhas de ouro, prata e bronze em outras edições. A diferença em 2017 é que a delegação acumulou mais quatro medalhas de excelência, conquistadas por Rodrigo Keller (de Joinville, em Fresagem CNC), Ana Carolina Gomes Jacinto (de Blumenau, em Vitrinismo); Eric Cristhiano Marcelino da Silva (Tubarão, em Web Design) e Rafael de Borba (Palhoça, em Manutenção de Aeronaves).

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O medalha de ouro Bruno Gruner lembrou da emoção que sentiu na hora da premiação, quando são chamados à frente os três primeiros colocados.

— Estar entre os três já era uma conquista. Quando chamaram os outros dois para a medalha de prata, eu ainda me perguntava se era verdade, mas quando ele colocou a medalha no meu pescoço, caiu a ficha: fui campeão mundial — declarou Bruno.

O catarinense disse que sentiu-se confortável na competição.

— O nível de complexidade das provas estavam dentro do que a gente esperava. Foram pedidas poucas peças, mas eram peças mais difíceis de serem produzidas, o tempo acabou sendo bem no limite mesmo. Mas consegui finalizar dentro do prazo — destacou.

Bruno vem se destacando desde a etapa nacional, quando se tornou o primeiro estudante de fora de São Paulo a conquistar o título em Polimecânica e Automação, que consiste na fabricação e instalação de peças para a produção de máquinas e equipamentos em áreas que englobam a engenharia mecânica e de automação.

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Como sua vitória foi por uma margem pequena de pontos, a vaga para o Mundial foi decidida em nova prova de desempate, na qual o catarinense confirmou o resultado. Em Abu Dhabi, ele manteve um desempenho regular e, sempre muito focado, conseguiu completar integralmente a última prova, na quarta-feira (18), data em que completou 22 anos de idade.

— A medalha de ouro foi um grande presente de aniversário para o Bruno — comemorou sua mãe, Carmem Lúcia Gruner, que acompanhou a solenidade de encerramento pela internet.

Ela lembra o dia em que o filho chegou em casa dizendo que participaria de uma competição.

— De início, pensamos que era uma simples olimpíada. Não tínhamos noção da dimensão, da grandiosidade, que é. Então, fomos convidados a ir ao Senai em Jaraguá do Sul para conhecer de perto o que era a Olimpíada do Conhecimento (nome da competição no Brasil). Quando ele ganhou a etapa estadual, o orgulho foi enorme. Foi para a segunda etapa, a nacional. Estava mais difícil para o Bruno, mas ele se dedicou aos treinos, foi lá e conquistou — disse.

Carmem salienta que a vitória foi resultado de um grande empenho do filho.

— A vida do Bruno nesses últimos meses foi muito dedicada aos treinos, deixando de lado a vida pessoal, longe da família, dos amigos. Nós sabemos que ele estava ali completamente focado a ganhar esse título. O sentimento meu, da minha família nesse exato momento é muito orgulho de ver um jovem de apenas 22 anos, dedicado aos estudos, buscando superar os seus limites, correndo atrás do conhecimento. Isso é maravilhoso!.

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Na classificação final, o Brasil ficou em segundo lugar, atrás da Rússia. O detalhe é que a equipe russa fez diversos treinamentos no Brasil, inclusive em Joinville. A diferença ficou em menos de 1,5% dos pontos, afirmou o presidente da Fiesc.