Doar fios de esperança é o objetivo das meninas do segundo ano do ensino médio da Sociesc. Desde agosto as estudantes trabalham na divulgação do projeto Cabelo Solidário. Elas não somente incentivaram alunas mais novas da própria escola a doarem seus fios nesta segunda-feira, como pretendem ensinar voluntárias da Casa Adalto, em Joinville, a confeccionarem perucas que podem emoldurar rostos e histórias diferentes das que vivem as doadoras. São fios que conduzem esperança das estudantes para crianças joinvilenses que enfrentam o câncer.

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Cada menina tem uma tarefa. Cuidar das redes sociais, organizar eventos, gerenciar atividades. Elas se dividem para cumprir a missão assumida na disciplina de Criatividade Ação e Serviço. O desafio lançado pela professora Jeise Rech deveria render uma iniciativa inovadora em benefício da comunidade. Eduarda Soares, de 16 anos, já conhecia o trabalho da Casa Adalto, que apoia crianças com câncer. Ela, a amiga Natali Koerbel, também de 16 anos, assim como outras meninas da turma, cortaram o cabelo há alguns meses. Ao saber da realidade da instituição, elas quiseram ir além das perucas e realizar cafés e festas beneficentes.

– Eles também precisam de dinheiro – lembrou Natali .

– E a gente está fazendo de tudo para ajudar – assegurou Eduarda.

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O aspecto inovador do projeto é a confecção das perucas. Elas querem garantir que o trabalho comece no corte e termine na cabeça de crianças joinvilenses.

– O principal obstáculo é a confecção da peruca. Nem todo mundo sabe fazer – avaliou a professora, lembrando que é um processo demorado e caro.

Para a professora, existem muitas pessoas doando cabelo, mas são poucos que podem transformar a matéria-prima na beleza que será doada às crianças. Na própria Casa Adalto, de acordo com Jeise, existe uma caixa repleta de mechas que ainda não encontraram destino.

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Quando as meninas pensaram em se engajar na confecção das perucas, existiam mãos de obra especializadas e acessíveis apenas em São Paulo. Conhecer a cabeleireira Salete Prestes trouxe ainda mais gás ao projeto. As alunas e a peruqueira se conheceram há cerca de uma semana. A nora da cabeleireira, Lurdes Matos Sombrio Prestes, que é professora da Sociesc, a indicou. Salete fez os novos fios da mãe de Lurdes, que enfrenta um câncer de pulmão já espalhado pelos ossos.

Todas as segundas-feiras, a partir dos primeiros meses de 2015, a cabeleireira terá a missão de ensinar as voluntárias da Casa Adalto. Ela sozinha não daria conta de confeccionar fios de esperança em tempo hábil. Somente na manhã desta segunda-feira, trinta meninas se desapegaram das madeixas longas. As estudantes já receberam 40 mechas doadas por pessoas que não têm relação com a Sociesc e não param de receber curtidas na página criada no Facebook. Mais de trezentos internautas já clicaram no botão curtir da comunidade Cabelo Solidário.