A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) manifestou nesta quinta-feira (9) sua preocupação com os impactos sociais e econômicos para os países pobres da alta na conta de importações mundiais de alimentos.

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Segundo a instituição, os preços subiram, apesar de produção e de reservas significativas.

Embora os preços dos produtos alimentícios tenham permanecido estáveis, o custo das importações no setor deve subir em 2017, chegando a US$ 1,413 trilhão – o equivalente a uma alta de 6% na comparação com o ano anterior.

Trata-se de um “número recorde”, revela o último relatório da FAO sobre as perspectivas para o setor. Este documento é publicado duas vezes ao ano.

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Segundo a organização, essa alta se explica por “uma alta da demanda alimentar internacional e pelas tarifas de frete”.

“As implicações socioeconômicas ligadas à alta da fatura das importações de alimentos para os países menos desenvolvidos e países de baixa renda e de déficit alimentar constituem uma grande fonte de preocupação”, disse a FAO.

“Os custos de importação subiram consideravelmente, então, contas mais altas não querem, necessariamente, dizer que mais comida foi comprada”, ressaltou o economista Adam Prakash, da FAO, citado no comunicado.

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Essa alta nos custos de importação acontece em um momento de estoque significativo de alimentos, de boa previsão de colheitas e de garantia no fornecimento do mercado de gêneros alimentícios, pontua a FAO.

Enquanto os preços mundiais do trigo permanecem baixos, o preço do trigo duro vermelho americano – uma variedade desse grão usada, sobretudo, para fazer massas – era 40 vezes mais alto em julho de 2017 do que há um ano.

O índice FAO do preço da manteiga subiu 41% até agora, em 2017, ou seja, três vezes mais do que o índice de preços dos produtos lácteos (dos quais é um componente).

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A pecuária e o setor de laticínios são particularmente dinâmicos. A fatura das importações de carne deve atingir um novo recorde este ano com US$ 176 bilhões – uma alta de 22% em relação a 2016. Já a produção mundial de leite deve subir 1,4%, afetada por uma alta de 4% na Índia.

* AFP