Um vídeo repercutiu na internet nos últimos dias ao mostrar profissionais presos a cordas trabalhando na área externa no prédio “do Neymar” em Balneário Camboriú. Para quem não sabe de qual prédio estamos falando pode até parecer algo “comum”, mas quando se trata do Yachthouse, na luxuosa Barra Sul dos megaempreendimentos, a situação muda bastante.

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Isso porque o edifício tem impressionantes 280 metros de altura. São 81 andares, um dos mais altos da América Latina. Mas você já se perguntou quem são os profissionais que encaram o desafio de trabalhar nesses arranha-céus pelo lado de fora das janelas? Nós temos a resposta.

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Pedro Tedesco Casagrande, 22 anos, João Paulo Rovaris, 36, e Luiz Felipe Curi, 33, formam o trio que aparece no vídeo que correu a internet na semana passada. Eles compartilham, além da mesma profissão, a paixão por altura. Aliás, ela também serve de combustível para o supervisor do grupo, Jefferson Espindola, de 49 anos.

Assista vídeo dos alpinistas no prédio “do Neymar”

Paixão por altura virou trabalho

Espindola virou Alpinista Industrial quando nem existia norma regulamentadora para segurança no trabalho em altura. O que tornava ele apto para função na época era o histórico com montanhismo e turismo de aventura. Afinal, na lista de escaladas estão o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, e a montanha Frey, na Patagônia, Argentina.

Em 2012 foi criada a Norma Regulamentadora (NR) 35, para estabelecer critérios de segurança para o chamado acesso por corda. Segurança, inclusive, é a palavra usada por Pedro para definir a atividade que executa há quatro anos. Antes disso, viver nas alturas era apenas um esporte para ele. Quando a distância do chão é superada, a batalha se torna mental, afirma.

­­— Defino, primordialmente, em segurança. De resto, é uma batalha mental consigo mesmo, para executar com eficiência o trabalho em grandes alturas, quebrando limites impostos por nós mesmos. E por fim é aproveitar as mais belas vistas da região — conta Pedro.

Quando se trata dos megaprédios de Balneário Camboriú, Luiz conta que a superação do trabalho é diária. No Yachthouse ele e os colegas fizeram o teste de vedação da fachada. Mas com três anos na profissão de alpinista industrial, ele tem na bagagem também a montagem de talude na Usina Hidrelétrica Barra Grande, em Anita Garibaldi. Esse, inclusive, está no rol de trabalhos mais marcante na carreira dele por ser algo diferente da rotina e com alto risco.

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João virou alpinista industrial há 15 anos, e há quatro abriu uma empresa especializada no segmento. Ele é essência da pessoa que tornou a paixão um negócio. Isso fico explicito quando é questionado sobre como define a profissão que tem hoje: “Muito irado”, nas palavras do empreendedor que conquistou o mercado dos prédios gigantes do Litoral Norte de SC.  

— Para mim é uma mistura de nostalgia, porque estou nos lugares mais altos, com as vistas mais iradas, e isso é sem comentários. Amo o que eu faço, lógico, e vem a recompensa do esforço — confessa João, que viu o Yachthouse (ou as Torres Gêmeas, como ele chama) serem erguidas e como bom aventureiro “namorou elas”.

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