O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, excluiu neste domingo qualquer possibilidade de que um grupo estrangeiro possa assumir a maioria do capital da companhia aérea Alitalia dentro de pelo menos cinco anos. Em entrevista concedida na frente do spa no qual passou os últimos dias, o premier mencionou a existência de uma cláusula de contrato que impede que a Companhia Aérea Italiana (CAI) -o consórcio de 16 empresários italianos formado para comprar a parte rentável da Alitalia – ceda a maior parte do capital da empresa a estrangeiros.

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Segundo Berlusconi, a Alitalia não passará a mãos estrangeiras justamente porque foi isso o que ele sempre quis evitar como governante da Itália. As declarações do primeiro-ministro contestam os rumores de que a companhia alemã Lufthansa teria a pretensão de adquirir mais de 40% da nova empresa aérea italiana.

Os representantes dos assistentes de vôo da Alitalia irão amanhã ao Palácio Chigi, sede do governo do país, para discutir a proposta feita pela CAI. Este é o único setor que ainda não se posicionou sobre o acordo. Na sexta-feira, após 15 horas de reuniões, os sindicatos dos pilotos deram o seu aval à compra da parte rentável da Alitalia.

Caso se chegue a um acordo, a próxima etapa será procurar um sócio internacional para a nova companhia aérea a ser formada. Já demonstraram interesse a franco-holandesa Air France-KLM e a alemã Lufthansa. O conselheiro delegado da CAI, Rocco Sabelli, disse em uma entrevista publicada neste domingo pelo jornal italiano Il Messaggero que o controle da companhia continuará em mãos italianas.

– Os estrangeiros terão uma participação minoritária – garantiu.

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