A Alitalia anunciou que está previsto nesta quarta-feira o cancelamento de cerca de 50 vôos para permitir uma reorganização operacional companhia aérea, devido ao impacto sofrido na terça-feira na sua operabilidade, devido à operação-padrão de trabalhadores. Ao final da terça-feira, 124 vôos haviam sido cancelados e outros tiveram atrasos na saída e na chegada, “como conseqüência tanto da agitação provocada por uma parte dos trabalhadores quanto pela operação-padrão de parte do pessoal de vôo”, afirmou a empresa, em comunicado.

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Na manhã de hoje foram cancelados cerca de 20 vôos domésticos no aeroporto de Fiumicino. Os cancelamentos afetaram os aeroportos de Turim, Gênova, Milão, Amsterdã, Frankfurt, Londres e Tirana, além do vôo intercontinental Roma-Chicago. Parte do pessoal da Alitalia continua hoje a operação-padrão que desacelera significativamente as atividades aeroportuárias.

Enquanto isso, o Ente Nacional de Aviação Civil (Enac) avalia a imposição de sanções aos grevistas e pediu à companhia os nomes dos funcionários que não foram trabalhar. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, declarou que “o Estado usará toda sua autoridade para os que violarem a lei, já que, na Alitalia, há pessoas que impedem os outros de trabalhar”.

Plano de resgate

A Comissão Européia (CE) autorizou hoje o plano de privatização da companhia aérea italiana, mas declarou ilegal o empréstimo-ponte de 300 milhões de euros concedido para manter a atividade da Alitalia, informaram fontes comunitárias. O governo da CE afirmou que o plano de privatização não comporta ajudas do Estado, sempre que os ativos da companhia aérea sejam vendidos a preços de mercado. Por outro lado, o empréstimo concedido para permitir à Alitalia que prossiga sua atividade constitui, segundo Bruxelas, uma ajuda estatal incompatível com o tratado continental, e deverá ser devolvido integralmente ao Estado.

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O plano de privatização contempla a liquidação da atual companhia e a criação de uma nova, totalmente particular e muito menor. Trata-se de um modelo parecido ao que foi seguido, com o sinal verde da CE, quando quebrou a companhia belga Sabena, que deu origem à Brussels Airlines.

Bruxelas considera o plano adequado, pois, entre outras coisas, permitirá a entrada no mercado italiano de outros concorrentes. Com efeito, a nova Alitalia terá um tamanho equivalente a 69% do atual, o que deixa espaço para outros operadores particulares. A CE designará um analista independente para supervisionar se a venda dos ativos da atual Alitalia é realizada a preços de mercado, acrescentaram as fontes.