A obesidade vem tomando proporções bastante alarmantes no Brasil e no mundo e, se o cenário atual for mantido, o nosso país poderá apresentarnos próximos anos taxas bem próximas a dos Estados Unidos e do México. Atualmente, 55,7% dos adultos brasileiros estão acima do peso, enquanto cerca de 70% dos norte-americanos já estão nessa condição.

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O intenso processo de industrialização e globalização dos alimentos parece ser um dos grandes culpados pelo aumento nas taxas de obesidade, câncer, hipertensão, dentre outras doenças conhecidas e que são cada vez mais comuns, não somente em adultos, mas também em crianças. Perceba que os alimentos industrializados, como refrigerantes e salgadinhos, são os mesmos consumidos aqui e em qualquer outro lugar do mundo – isto é resultado da globalização.

Aquela bolacha ou salgadinho que fazem parte da sua rotina alimentar podem nem sequer ser considerados um alimento mas, sim, uma fórmula criada pela indústria. Essas comidas levam o nome de ultraprocessados e, na verdade, são fórmulas industriais com baixo custo para a indústria, mas um altíssimo preço para a nossa saúde. Alimentos ultraprocessados são ricos em sal, açúcar e gorduras hidrogenadas. Além disso, contêm aditivos como corantes e saborizantes artificiais, alguns considerados cancerígenos, como o corante caramelo.

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Segundo o pesquisador da Universidade de São Paulo, o professor Carlos Monteiro, os processos e os ingredientes utilizados no ultraprocessamento levam a produtos que confundem o controle natural da fome e a saciedade e que, nesta medida, promovem a obesidade. Adicionalmente, os alimentos ultraprocessados contém um teor elevadíssimo de calorias em pequenas quantidades de alimento, não apresentam quase nada de fibra alimentar e tem um sabor extremamente acentuado, não combinando com a aceitação de frutas, vegetais, verduras e proteínas de boa qualidade nutricional.

Infelizmente, esses alimentos já fazem parte de 40% das calorias consumidas diariamente pelo florianopolitano. Esses são os resultados encontrados em uma pesquisa feita por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina nos anos de 2012 e 2014 com 1,2 mil adultos de 20 a 59 anos de idade. Os resultados evidenciaram que o consumo elevado de ultraprocessados teve relação direta com o aumento dos níveis de pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares em um período de dois anos de acompanhamento.

Por isso, preste muita atenção ao que você coloca no seu prato e de sua família. Aprenda a comer com atenção plena, prefira sempre alimentos naturais e preparações feitas em casa, como o bom e velho arroz e feijão, vegetais que podem ser assados, grelhados ou consumidos em forma de salada e uma fonte saudável de proteína. Simples, fácil e gostoso.

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Aprenda a identificar um alimento ultraprocessado

Prateleira de mercado com alimentos ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados têm a embalagem atrativa e muitos ingredientes (Foto: Nathália Rosa / Unsplash)

• As embalagens são bem atrativas e possuem frases reforçando o sabor ou a adição de vitaminas e minerais (que são acrescidos artificialmente e não são bem absorvidos pelo seu organismo).

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• A lista de ingredientes contém mais de cinco itens, em que pelo menos dois são aditivos alimentares. Exemplo de aditivos: glutamato monossódico, xarope de milho, goma carragena, carboximetilcelulose, entre outros.

• Quanto mais itens tiver na lista de ingredientes e quanto mais nomes estranhos você ler, pior será para a sua saúde.

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• Alimentos ultraprocessados têm alto teor de açúcar, gordura e sódio. Procure por opções que não contenham o açúcar e/ou a gordura hidrogenada entre os primeiros ingredientes.

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• Esses produtos têm um alto tempo de prateleira. Não estragam nunca ou demoram muito tempo para estragar.

• Quanto maior a durabilidade do alimento na prateleira, menor a sua vida. Pense nisso!

Exemplos de alimentos ultaprocessados

Queijinhos petit suisse, iogurtes saborizados, cereais matinais, achocolatados, lasanhas e pizzas congeladas, pipocas de microondas, barrinhas de cereais, entre outros.

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*conteúdo produzido pelas colunistas Carol Bandeira e Silvia Ozcariz