A área de inteligência em alimentos, principalmente em grãos e matérias resultantes da indústria alimentícia, tem se mostrado de extrema relevância para a economia. Um indicativo disso são os números do setor – que encerrou 2016 com faturamento de R$ 614,3 bilhões, representando um crescimento nominal de 9,3% em relação ao ano anterior. Reflexo do mercado, as indústrias e empresas que utilizam tecnologia e inteligência em soluções disruptivas voltadas para essa área também não param de surgir. A catarinense de Chapecó Fibervita é um excelente exemplo de como o investimento em inovação pode reverberar positivamente.
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Finalistas na principal premiação sul-americana da indústria de ingredientes e produtos alimentícios, a Food Ingredients Innovation Awards 2017, a empresa chapecoense está concorrendo ao prêmio de ingrediente alimentício mais inovador. O FIBERVITA MF 106, que se destacou no evento organizado pela gigante inglesa UBM, líder mundial na promoção de empresas voltadas a essa indústria, possui um processo produtivo inovador. Para atingir este reconhecimento, Ricardo Schindler e João Francisco de Lima, dois sócios do negócio, percorreram um longo caminho.
– Somente com o apoio integral do BRDE a empresa conseguiu obter os recursos necessários para a implantação das duas unidades fabris. Sem o financiamento, não conseguiríamos desenvolver o MF 106, ingrediente que está concorrendo a um dos principais prêmios do evento – comenta Schindler.
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Com duas unidades operando – a matriz em Chapecó e uma filial fabril em Toledo, no Paraná – a empresa obteve financiamento por meio do BRDE para a construção de ambas. O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul operacionalizou o crédito de R$ 9,7 milhões por meio do Programa Inovacred, operado pela Finep, parceira do Banco. O montante foi utilizado para fazer toda a operação das unidades.
– O financiamento ao projeto foi muito além da planta piloto, como obras civis e equipamentos. As áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação foram igualmente contempladas – comenta André Souza, analista de projetos do BRDE.
Inovação na alimentação
O projeto inovador visava criar a implantação de uma nova empresa especificamente para desenvolver uma fibra alimentar dietética à base de mandioca. O produto criado pela Fibervita é uma nova opção dietética natural que oferece vantagens funcionais sobre as outras fibras existentes no mercado, como inulina, fibra de aveia, de trigo, de arroz. A fibra de mandioca contém entre 30 e 35% da Fibra Dietética Total (TDF), aproximadamente o dobro do existente na derivada da aveia e entre 5 e 7% de Fibra Dietética Solúvel (FDS), com insignificante percentual de gordura.
– Como se tratava de uma implantação de uma nova empresa, houve desafios quanto à análise do empreendimento, já que não existia avaliação retrospectiva – comenta Paulo César Antoniollo, gerente regional do BRDE no oeste catarinense.
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A busca por uma alimentação mais saudável e natural é uma tendência cada vez mais forte no mercado alimentício. A inovação aplicada a essa área é um desafio para encontrar uma nova maneira de pensar a sustentabilidade dos negócios do setor. O pensamento estratégico da localização, por exemplo, é uma forma diferenciada de aplicar inovação a um mercado fundamental.
– A escolha das nossas unidades foi pensada de modo a ficarmos próximos das fecularias, contribuindo para a sustentabilidade ambiental do negócio e favorecendo a redução das pegadas de carbono como na unidade de Toledo, no Paraná, por exemplo. A unidade de Chapecó, em Santa Catarina, também foi escolhida estrategicamente pela presença de inúmeras empresas no segmento de nutrição animal e de alimentos, representando um grande potencial comercial para a FIBERVITA – conclui João Francisco de Lima, sócio da empresa.
A preocupação ambiental vai além da localização estratégica. As fibras desenvolvidas a partir do projeto financiado junto do BRDE também resolvem um problema ambiental já que elas são desenvolvidas a partir de um resíduo industrial. O resíduo líquido, a manipueira, advindo da prensagem de alguns tipos de raiz de mandioca restringe fisicamente os locais de produção pela enorme formação de volumes deste líquido.
Uma tonelada de mandioca produz cerca de 300 litros de manipueira que, quando armazenada, formam verdadeiras lagoas. Além disso, até então as tecnologias existentes não permitiam a extração total do amido, o que mantém no bagaço 50% desse componente. Este bagaço agora utilizado para fazer a fibra teria como destino a formação de grandes estoques dentro das próprias fecularias.
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Aplicações no mercado
Empresas do ramo alimentício que buscam enriquecer seus alimentos com fibras dietéticas, além de buscarem alternativas naturais para substituição de amidos modificados, largamente utilizados como aditivos funcionais como agente de retenção, emulsificante, texturizador, ligante e agente homogeneizador, na grande maioria dos alimentos processados.
Benefícios do produto para a indústria alimentícia:
– Aumento de produtividade: devido ao excelente poder de absorção e retenção de água, bem como de gorduras;
– Incremento na textura: superior capacidade de emulsificar gorduras com água, resultando em produto de corte uniforme e textura mais consistente;
– Melhora o aspecto físico do produto final: propriedade ligante superior, com perfeita homogeneização da água + proteínas + gorduras + conservantes + temperos;
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– Facilita o processo de fabricação: a capacidade de formação de bolos cárneos permite que o fabricante atinja emulsificações de performance superior;
– Substitui gorduras e proteínas sem afetar a textura: com o alto poder de absorção e retenção de água das fibras, o fabricante de alimentos gordurosos e proteicos poderá substituir parcialmente a gordura/proteína usada em suas formulações, sem afetar a textura final do produto;
– Permite a fabricação de produtos alimentícios com alto teor de fibra dietética/funcional;
– Resistência a baixos pH's, ciclos de congelamento e descongelamento e stress mecânico – possuem excelente resistência quando em ambientes adversos;
– Aumenta grau de expansão e shelf-life em produtos para panificação – pela sua capacidade de absorção e retenção de água, aumentando a produtividade bem como shelf-life de seus produtos;
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– Fonte de fibras para iogurtes- ajuda a regular o sistema digestivo, bem como promove textura nas formulações;
– Melhora a textura e estabilidade da emulsão para salsicha.
Conteúdo patrocinado pelo BRDE e produzido pelo Estúdio de Projetos Especiais & Brands