Tal qual outras mulheres, entre tantas mães e avós, a catarinense Alice Kuerten está preocupada com o impacto da pandemia do coronavírus nas famílias catarinenses. Mãe do ex-tenista número 1 do mundo Gustavo Kuerten e uma das vozes mais respeitadas no âmbito da responsabilidade social no Estado, dona Alice pede para que cada um cuide de si e do próximo. “É uma luta pela vida e pela sobrevivência”, diz, diante dos dados que mostram a disseminação do vírus entre a população mais jovem.
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– Eu acho que nós, mães, avós e pessoas com um pouco mais de idade, temos que mostrar para os outros o quanto cuidar é importante. Todo mundo falava que a gente era o grupo de maior risco, e a gente está vendo que não é isso. Os jovens também são de maior risco, os de média idade também. Todos somos de maior risco quando não respeitamos o outro e a si mesmo – alerta Alice.
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Confira abaixo a entrevista com a assistente social Alice Kuerten, presidente da Federação Estadual das APAEs, voluntária no Centro de Valorização da Vida (CVV), finalista do Prêmio Mulher Transformadora 2020 e presidente do Instituto Guga Kuerten, fundado em agosto de 2000, em Florianópolis, com o objetivo de desenvolver programas sociais de esporte educacional e estratégias de atendimento em todos os municípios catarinenses.
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Santa Catarina, assim como o resto do país, vive um momento muito grave da pandemia. Como a senhora sente esta realidade de tantas mortes, pessoas doentes, famílias com tantas dificuldades?
É um momento diferente, e não só difícil. Eu acho que apesar da doença e óbitos, cada um está olhando um pouco mais para si, para seus filhos, para seus netos de uma forma diferente. Tomara que tudo isso sirva de exemplo para mudarmos o nosso comportamento. As pessoas estavam ficando cada vez mais individualistas, e acho que esse é o momento de refletir sobre o individualismo, sobre o esquecimento de olhar para o lado, para o próximo.
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Como a senhora observa as medidas tomadas para tentar diminuir o impacto da disseminação do coronavírus?
Estão existindo normas, portarias, controles e fiscalizações porque nós, seres humanos, não estamos cumprindo com o nosso maior compromisso, que é cuidar de nós mesmos e dos outros. Nós estamos ouvindo pessoas dizerem ‘ah, eu já tive, então não me importo, não preciso mais cuidar, cada um que se cuide’, e não é isso. A gente não sabe qual é ainda o tempo desse vírus entre nós, se veio para ficar pouco ou muito tempo. Então, o tempo que estiver conosco – talvez para sempre – que seja de cuidado com a gente e com os outros.
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O que se pode dizer diante desta realidade?
Peço que se tenha respeito com as normas e com as pessoas que buscam conduzir para que a gente possa sobreviver. É uma luta pela vida e pela sobrevivência. Todos somos de maior risco quando não respeitamos o outro e a si mesmo. Eu diria: vamos aproveitar este momento para fazer as coisas que podemos fazer, que estão perto da gente, ao nosso alcance, e que às vezes são simples, como usar máscara quando se precisar sair às ruas.
Sabemos que muitas famílias relaxam os cuidados quando estão juntas. Como é com os Kuerten?
Eu penso que quando estivermos em família, juntos, que seja por um tempo menor do que era antes. A minha família, em especial, é pequena, e uma vez ou outra nos encontramos. Mas a gente se cuida mantendo um distanciamento e usando máscara. E por que não fazermos isso com os outros? Eu sugiro e digo para todos: amigos, cuidem de si e cuidem do próximo. Esse momento vai passar, mas para que ele passe nós temos que fazer a nossa parte. Cada um fazendo a sua parte, cuidando de si e do que está ao seu lado, na rua, no trabalho, obviamente, nós vamos fazer com que este vírus tenha mais chance de eliminado.
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Retrospectiva da pandemia
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