As equipes de Michel Temer e Dilma Rousseff foram cautelosas nas avaliações sobre os impactos da Operação Custo Brasil. A atual gestão do Planalto comemorou o que considerou uma trégua, já que nas últimas semanas as principais manchetes sobre episódios de corrupção atingiram a cúpula do PMDB, inclusive Temer.

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Para interlocutores do presidente interino, a operação facilita a aprovação do impeachment no plenário do Senado em razão do impacto direto contra o PT e membros da tropa de choque de Dilma. Peemedebistas evitam tripudiar, pois sabem que, nas próximas semanas, podem ser alvo de novas fases da Lava-Jato ou de desdobramentos da operação. Segue o receio da queda de ministros alvejados por suspeitas.

Também permanece o temor por novas delações premiadas, como a do ex-vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto, nome próximo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Eventuais acordos de OAS e Odebrecht preocupam tanto peemedebistas quanto petistas.

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O núcleo de Dilma aposta justamente em revelações de novos delatores ligados ao PMDB para retomar fôlego. A avaliação é de que ainda é cedo para jogar a toalha, pois o importante é chegar forte em agosto, quando ocorrerá a votação derradeira do impeachment.

Petistas mantêm as conversas sobre um plebiscito para avaliar a realização de novas eleições presidenciais, proposta que encontra resistência no partido e em movimentos sociais. A consulta popular seria um compromisso de Dilma em caso de escapar da cassação.