A ex-secretária de Lula na Presidência da República Clara Ant, atual diretora do Instituto Lula, e sua empresa Nemala Assessoria em Planejamento Estratégico e Projetos foram alvos da Operação Aletheia, na 24ª fase da Operação Lava-Jato. Seus endereços passaram por buscas na sexta-feira, além dos arquivos de e-mails usados por ela. O material começa a ser analisado esta semana, em Curitiba.

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“Clara Levin Ant, secretária de confiança do ex-presidente, é possível que ela lhe confie a guarda de documentos relevantes para a investigação, ainda que não seja ela diretamente investigada”, registrou o juiz federal Sérgio Moro, ao autorizar a realização de buscas tendo como alvo a secretária do ex-presidente.

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A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) afirma no pedido de busca a Operação Aletheia que Clara Levin Ant “é pessoa da mais estrita confiança” de Lula. “Tendo exercido a função de assessora especial do então presidente da República (de 2003 a 2010, nos dois governos do petista). Clara Ant atualmente exerce o cargo de diretora do Instituto Lula.”

“Na agenda de contatos telefônicos de Leo Pinheiro, presidente do Grupo OAS, preso na 7ª fase da Operação Lava-Jato (batizada de Juízo Final), há a identificação do terminal telefônico utilizado pela representada, o que por si deixa claro que Clara Ant é um dos contatos do Instituto Lula com pessoas investigadas na Operação Lava-Jato”, informa pedido de busca na casa da secretaria e no instituto.

Foram autorizados pelo juiz Sérgio Moro a análises de pelo menos dois endereços de e-mails em nome de Clara Ant e outros usados por funcionários do Instituto Lula. O objetivo é identificar trocas de mensagens sobre as contratações de palestras feitas pelo ex-presidente. A suspeita é que algumas delas possam ter servido para ocultar propina de empreiteiras.

A Nemala, empresa de Clara Ant, era usada para receber seus pagamentos do Instituto. A firma recebeu R$ 292,4 mil do Instituto Lula em 2014. “Além disso, a representada atualmente exerce o cargo de diretora do Instituto Lula, tendo inclusive auferido valores da entidade: cerca de R$ 160 mil anuais, de 2011 a 2013”, informam os procuradores.

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“Em virtude de todo o contexto exposto, impende realizar a medida cautelar de busca e apreensão na residência da representada, e na sede da empresa com a qual ela possui vínculo administrativo e/ou societário.”

Clara Ant também atuou na eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010, no Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República do PT.

O Instituto Lula, por meio de nota divulgada na sexta-feira, negou irregularidades nos recebimentos de palestras pelo ex-presidente, via empresa LILS, e no financiamento do instituto. Clara Ant não foi localizada para comentar as investigações.

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