A alfaiataria de Francisco Cassiano Corrêa, o Seu Chico, morto atropelado em setembro, será fechada no Centro de Florianópolis. O ponto funcionava há quase 40 anos no Edifício Dias Velho.
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Uma das irmãs de Seu Chico, a costureira e educadora Stela Elzira Corrêa, ficou cerca de um mês recebendo clientes novos e antigos e colocando o serviço em ordem para fechar o ponto.
– A clientela dele mereceu esse cuidado nesse tempo. Fiquei duas semanas avisando os clientes, muita gente que não sabia que ele tinha falecido. Recebi muitas demonstrações de carinho e admiração pelo meu irmão. Teve até clientes que deviam (por trabalhos prestados) e vieram pagar – conta Stela.
Com muita dor, a irmã do Seu Chico também viu as lágrimas de muitos clientes, que chegavam para deixar roupas para conserto e não sabiam da morte do alfaiate, ocorrida no dia 23 de setembro deste ano.
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– Aprendi muito com o meu irmão. Tenho recebido muitas pessoas que falam da qualidade do trabalho que ele fazia. Ele sempre dizia que a roupa tinha que sair como se fosse para ele próprio – recorda Stela.
O fechamento da alfaiataria está previsto para sexta-feira. Os clientes estão sendo contatados para buscarem suas roupas.
– Tem pouca coisa para entregar. Vamos fazer a mudança no domingo. Eu e nossos três filhos (Lea Márcia, Lênio e João Luiz) queremos agredecer à clientela por todos esses anos. Nós não temos condições de manter o serviço. A morte dele foi muito chocante, muito triste – diz a viúva Terezinha.
Seu Chico morreu aos 66 anos, depois de escapar de um afogamento, capotar o carro e sofrer um infarto. No dia 23 de setembro, ele foi até o Centro com a esposa Terezinha e ao atravessar a rua foi atingido por um motociclista. O acidente foi numa faixa de segurança, na Rua Padre Roma.
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Ele caiu e bateu a cabeça. A esposa, que esperava pelo marido no carro, soube do acontecido por uma ligação do Hospital Celso Ramos no celular da vítima, que ficou no veículo.
– Teve cliente que me disse que não perdeu só o alfaiate, perdeu um amigo – emociona-se Terezinha.