Um documento do último dia 3 endereçado ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, repercutiu fortemente entre vereadores de Criciúma ao longo desta quinta-feira (10). Na nota, assinada pela presidente da Câmara Municipal, vereadora Roseli de Lucca Pizzolo (PSDB), são referidos cumprimentos ao ministro “em virtude da lisura na condução do processo eleitoral realizado nos últimos dias”.

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A manifestação foi sugerida pela vereadora Giovana Mondardo (PCdoB) ao longo de uma sessão na semana passada, logo após o segundo turno da eleição presidencial. Pelo menos seis vereadores usaram as redes sociais para atacar a iniciativa da colega.

– A Câmara errou – sentenciou o vereador Nicola Martins (PSDB). Licenciado do cargo e em viagem particular aos Estados Unidos, o parlamentar exigiu que a Câmara “retificasse o erro” que classificou de “grotesco”. – Se eu estivesse no plenário, seria contrário -.

Na mesma linha, o vereador Arleu da Silveira (PSDB) usou da tribuna para pedir que seu nome não estivesse envolvido no ofício. – Ele não está fazendo mais que a obrigação dele – reforçou, referindo-se ao presidente do TSE. – Não concordei, não assinei – sublinhou Manoel Rozeng (PP). – Sabemos muito bem o que esse senhor Alexandre de Moraes tem feito contra a nossa liberdade de expressão – completou. Os vereadores Daniel Antunes (União) e Juarez de Jesus (PSD) também repudiaram a iniciativa.

Diante da repercussão, a presidente da Casa emitiu uma nota para esclarecer que o ofício se tratava de uma iniciativa individual da autora: “A Câmara Municipal de Criciúma esclarece que o envio de mensagens de congratulações e condolências é resultado de um pedido verbal e individual do vereador. Não depende de votação do plenário ou da concordância da Presidência da Casa Legislativa. Sobre a Questão de Ordem específica da Vereadora Giovana Mondardo (PCdoB) para envio de congratulações ao Ministro Alexandre de Moraes, no momento do pedido, foi deixado claro, em plenário, inclusive com manifestação de alguns vereadores, que não havia concordância da maioria”.

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Não é a primeira polêmica na qual a vereadora do PCdoB esteve envolvida depois do segundo turno das eleições. No último dia 2, Giovana fez postagens nas redes sociais criticando os supostos gestos de cunho nazista durante uma manifestação em São Miguel d´Oeste. Por conta disso, um pedido de cassação do mandato da parlamentar chegou a ser protocolado no Legislativo na última segunda-feira (7). No dia seguinte, os vereadores decidiram pelo arquivamento da demanda, que era de iniciativa de quatro populares.

Giovana Mondardo foi candidata a deputada federal pelo PCdoB. Ela somou 38.862 votos e ficou na segunda suplência da bancada que elegeu os deputados Pedro Uczai (PT) e Ana Paula Lima (PT). A vereadora Carla Ayres (PT), de Florianópolis, é a primeira suplente.