Em sua primeira visita a Florianópolis, o ator Alexandre Borges interpreta Paulo na peça Eu Te Amo, adaptação do texto de Arnaldo Jabor que virou filme em 1981. Depois de integrar o elenco da novela Avenida Brasil, o ator conta que o sucesso do personagem Cadinho ainda está muito presente entre o público.

Continua depois da publicidade

Aos 46 anos de idade e há quase duas décadas casado com a atriz Julia Lemmertz, com quem tem um filho, Alexandre admite que já teve desilusões amorosas e que, agora, deve passar algum tempo afastado da telinha para se dedicar ao teatro.

Leia entrevista concedida pelo ator ao DC, por telefone.

Como está sendo a volta para o teatro depois de Avenida Brasil?

Continua depois da publicidade

Alexandre Borges – Nós já fazíamos esse espetáculo em 2011, chegamos a viajar com ela para algumas capitais. Fizemos uma temporada no Rio de Janeiro e outra em São Paulo. Quando a novela estreou, diminuímos o ritmo. Agora que acabou, estamos retomando e levando a peça para aquelas cidades que queríamos muito ir, como Florianópolis, que eu não conheço. Nunca tinha vindo. Foi uma escolha a dedo, pra retomar a temporada.

Cadinho tem alguma semelhança com Paulo, de Eu te Amo?

Alexandre – É um exercício bem diferente. Eu acho que, de alguma maneira, são personagens com uma problemática distinta. Mas são personagens que estão, também, discutindo sobre relação. A peça é uma comédia-romântica, no sentido de que é sobre um casal que se conhece pela internet, os dois vêm de uma desilusão amorosa e resolvem se encontrar nesse site pra tentar reverter, de alguma maneira, a situação. Eles têm motivações diferentes. Ela vem de uma relação problemática, um triângulo, e resolve sair com o primeiro cara que aparecer, naquela coisa de vingança mesmo. E ele tá vivendo uma depressão muito grande, uma carência. Como os dois estão feridos, eles partem para o tudo ou nada. Papo vem, papo vai, as histórias são meio parecidas. Então eles acabam se apaixonando e começando tudo de novo. Mas o Cadinho ainda está aí. Na rua, as pessoas ainda falam. A novela foi uma coisa muito forte e eu curto muito esse carinho.

Essa questão da internet, que está na peça, não havia no filme Eu Te Amo de 1981. É um recurso que atualiza a história para os dias de hoje?

Continua depois da publicidade

Alexandre – O filme é bem enxuto, não acho que seja datado. Ele se passa dentro de um apartamento e é bastante teatral. A adaptação pro teatro foi uma coisa muito simples. O que muda é um pouco isso, a questão da internet, alguns termos mais atuais que estão no texto. A gente também procura fixar a peça no lugar onde ela está acontecendo, então estamos modernizando alguns detalhes. Mas a peça, num certo sentido, é tão atual quanto era o filme. Falar de relação amorosa não muda muito, são coisas ancestrais. O que homem quer, o que a mulher quer, o que os dois têm em comum e quais as diferenças, como cada um enxerga o amor, o sexo, a relação, o dia-a-dia. É uma peça bem pra casal. Tanto o homem como a mulher se divertem muito.

Você vive um relacionamento estável há quase 20 anos, com a atriz Julia Lemmertz. É difícil construir um personagem que parte da desilusão amorosa?

Alexandre – Tem uma coisa muito forte do texto da peça. O Jabor escreve muito bem, é bem humorado. Ele fala desse nosso lado latino, passional, essa coisa do brasileiro. O próprio texto já é bastante estimulante. Depois entra uma coisa de imaginação. Eu sou casado, mas tive outras relações na minha vida, essa não é a primeira. Quem nunca passou por uma desilusão? Quem nunca levou um fora de alguém por quem estava apaixonado?

Continua depois da publicidade

Você pretende, agora, ficar um tempo se dedicando ao teatro?

Alexandre – Sim. Estamos viajando com o Eu Te Amo e também tenho um outro projeto, o Poema-Bar, em que recito poemas de Fernando Pessoa e Vinicius de Moraes. Agora é realmente uma questão de dar um pouco de prioridade para o teatro. Eu gosto de falar com as pessoas depois da peça, tirar foto, enfim, curtir esse momento.

Agende-se

O quê: espetáculo Eu Te Amo

Quando: hoje, às 21h; amanhã, às 20h

Onde: CIC – Centro Integrado de Cultura (Avenida Gov. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)

Quanto: ingressos a partir de R$ 70, à venda no site Blueticket e bilheteria do teatro

* Colaborou Karin Barros