Cinco dias depois de o Ministério Público (MPSC) ter instaurado um inquérito para apurar a ameaça de paralisação dos centros cirúrgicos e UTIs de hospitais públicos de Santa Catarina em função de uma dívida de R$ 334 milhões da Secretaria de Saúde com fornecedores, a Assembleia Legislativa (Alesc), que recebe recursos do Poder Executivo por meio do duodécimo, anuncia uma licitação para comprar vacinas especiais contra a gripe para deputados e servidores – efetivos e comissionados. Serão cerca de 1,2 mil doses da vacina quadrivalente que, diferentemente da oferecida na rede pública, protege contra quatro tipos de vírus Influenza – é, portanto, mais eficiente que a trivalente à qual parte da população tem direito.
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O valor de referência da licitação previa um custo de até R$ 83,9 mil, mas o contrato fechado pela Alesc foi de R$ 37 mil. Apesar disso, nesta primeira etapa serão requisitadas apenas 600 doses, a um custo de R$ 19 mil – cada dose sai por menos de R$ 32. Na rede privada, a mesma vacina custa entre R$ 85 e 100.
Ainda que não exista, a princípio, nenhuma ilegalidade no processo, o questionamento é sobre a moralidade da operação. Para o deputado Júlio Garcia (PSD), presidente da casa legislativa, no entanto, “os servidores não podem ser discriminados e não receberem a imunização só porque são funcionários públicos”. Ele concedeu entrevista sobre o assunto na edição desta terça-feira (30) do Direto da Redação.
Ouça a entrevista com presidente da Alesc, Júlio Garcia:
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