A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) divulgou moção de repúdio, terça-feira (27) à noite, à reportagem veiculada pelo Jornal do Almoço e pelo Diário Catarinense, da NSC Comunicação, no sábado (24). A matéria mostrava imagens de conversas do deputado Kennedy Nunes, via WhatsApp, durante a votação do Tribunal de Julgamento do Impeachment realizada na última sexta-feira (23). Nas conversas, o deputado fazia críticas aos desembargadores do próprio Tribunal, devido aos votos contrários ao relatório do qual ele era o relator.
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O que diz a NSC
“A NSC Comunicação reforça o seu respeito às instituições e aos poderes constituídos e afirma que cumpriu o dever democrático de informar a população catarinense ao exibir a reportagem questionada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina. A reportagem foi pautada em questões públicas, de interesse da população, com imagens obtidas em local público – a Casa do Povo. Como prática da ética jornalística, foi oferecida, antecipadamente, a oportunidade para que o deputado Kennedy Nunes se manifestasse sobre o tema, ao que a NSC não obteve resposta.”
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A empresa reitera a confiança no profissionalismo de suas equipes e seu compromisso em levar informação relevante para o desenvolvimento de Santa Catarina por meio de jornalismo ético, responsável e independente em todas as suas plataformas – missão que vem sendo cumprida há mais de 40 anos em prol da sociedade catarinense.
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Sobre o caso, entidades se manifestaram por meio de nota. Confira:
ABI: um tema de relevante interesse da cidadania
“A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) considera que a moção de repúdio contra o cinegrafista Fabiano Souza e a NSC TV, aprovada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), representa um atentado às liberdades de expressão e de imprensa, pois, as imagens divulgadas foram feitas num espaço público, durante o debate aberto de um tema de relevante interesse da cidadania.
Essa não é a primeira vez que telas de computadores e de celulares de figuras públicas são registradas por fotógrafos e cinegrafistas. Como foi o caso de um deputado federal, por coincidência também de Santa Catarina, flagrado vendo pornografia no plenário da Câmara, ou o registro de mensagens trocadas por ministros do STF, durante o julgamento do Mensalão.
A diferença é que nem a Câmara dos Deputados nem o STF adotaram medidas que afrontassem o direito à informação e a prática do jornalismo.
Paulo Jeronimo, presidente da ABI.”
Sindicato e Fenaj: Nota é uma agressão à liberdade de imprensa
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina e a Federação Nacional dos Jornalistas manifestam seu total desacordo com a nota de repúdio emitida pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em 24/10/2020, concernente ao episódio onde um dos parlamentares integrantes do tribunal especial de julgamento do impeachment do governador Carlos Moisés é flagrado em conversa no WhatsApp criticando a postura de desembargadores.
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As imagens feitas pelo cinegrafista do Grupo NSC relativamente às conversas do parlamentar em seu aparelho celular nada mais são do que expressão de um fato, registradas em um ambiente público e em um momento crítico da história política de Santa Catarina.
O SJSC solidariza-se com o colega Fabiano Souza, que nada mais fez do que pautar-se pelos princípios do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, afinal, “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação” (Art. 4º do CEJB).
Infeliz, a nota da ALESC, independentemente de seus termos, é uma confirmação cabal da veracidade dos fatos flagrados pelo profissional e divulgados por veículos do grupo de comunicação. Muito grave é que, na tentativa de desqualificar a cobertura jornalística, tal nota constitui uma agressão à liberdade de exercício profissional e, mais ainda, à liberdade de imprensa assegurada no artigo 220 da Constituição Federal.”
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