O PL foi o grande vitorioso nas urnas no domingo (2), não só em nível federal, mas também estadual. Em Santa Catarina, o partido, que há quatro anos não elegeu nenhum representante para a Assembleia Legislativa (Alesc), viu a bancada saltar para 11 nomes nas Eleições em 2022 — é a sigla com o maior número de deputados no Estado.

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O crescimento é visto por especialistas como um reflexo da onda bolsonarista, que também ocorreu em outros Estados.

— Os dados mostram uma forte manifestação antipetista e isso apareceu principalmente em disputas estaduais. Ainda existe uma manifestação contrária ao ex-presidente Lula. Apesar dos problemas, que alguns reconheceram no atual governo, eles optaram pelo atual presidente e pelos seus aliados — pontua Tiago Borges.

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Em seguida vem o MDB, que garantiu seis cadeiras — três a menos do que em 2018, quando foram nove. Já o PT conquistou quatro vagas, com a reeleição dos mesmos nomes que venceram há quatro anos.

Também conquistaram vaga na Alesc os partidos PSD (3), União Brasil (3), PP (3), Podemos (3). PSDB/Cidadania (2), PDT (1), PTB (1), Republicanos (1), Novo (1) e Psol/Rede (1)

O cientista político analisa, ainda, que a atual bancada terá uma influência significativa no governo estadual, independente do resultado.

— Caso o Jorginho [candidato do PL] seja eleito, ele vai encontrar uma Alesc um pouco mais favorável, com partidos que se conectam mais a ele. Já no caso do candidato do PT [Décio Lima], caso ele vença, aí é o oposto. Ele vai encontrar uma assembleia de muito mais oposição — conclui.

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Dos 40 nomes eleitos para compor a Alesc nos próximos quatro anos, 24 garantiram a reeleição. Entre eles a deputada estadual Ana Campagnolo (PL), que recebeu 196.571 dos votos e se tornou a parlamentar mais votada do Estado — um crescimento de 410% em relação a 2018, quando recebeu 34.825.

Entre os 16 estreantes, 11 foram eleitos pela primeira vez ao cargo de deputado estadual. Outros três já tinham garantido uma vaga na suplência, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Branco, homem e com 50 anos

Apesar do deputado estadual mais votado em Santa Catarina ser uma mulher, a Alesc perdeu a representatividade feminina com o resultado de domingo. Isto porque a bancada passou de cinco para três parlamentares — o que representa 7,5% dos políticos eleitos para o cargo.

As mulheres que estarão presentes na Alesc nos próximos quatro anos são Ana Campagnolo (PL), Luciane Carminatti (PT) e Paulinha (Podemos). Todas conquistaram a reeleição.

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— A redução da quantidade de mulheres na Alesc é um retrocesso de certo modo. Não é um dado positivo. Além disso, as mulheres que entraram têm diferenças ideológicas. Isto é, algumas pautas podem ganhar mais visibilidade de debate, mas os grupos estarão divididos ideologicamente — explica o cientista político e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Tiago Borges.

Além disso, a Alesc não terá nenhum deputado negro ou pardo, apesar de 41 nomes que concorreram ao cargo. Por fim, a média de idade entre os candidatos é de 50,6 anos, algo que também mostra a falta de representatividade.

— O motivo de ter uma maior representatividade de setores dentro da Alesc é para a sociedade se sentir mais representada. E isso é muito importante — pontua.

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