Santa Catarina foi escolhida para participar do projeto piloto para envio de notificações sobre fenômenos naturais pela televisão. Sempre que houver alertas extremamente urgentes de alagamento, chuvas intensas, granizo e deslizamento, os catarinenses que tiverem TV por assinatura estão habilitados a receberam uma notificação durante a programação. A mensagem aparecerá em uma imagem sobreposta à tela, em formato de pop-up, durante 10 segundos — com a possibilidade de fechamento antes desse tempo.
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A iniciativa faz parte do serviço de avisos enviados por SMS, que já funciona no Estado. Desde maio, 26 notificações foram emitidas em 172 municípios de todas as regiões, conforme dados fornecidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A maior parte delas sobre chuvas intensas.
A Anatel, em conjunto com as prestadoras de TV por Assinatura e os órgãos vinculados à Defesa Civil, representados pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), são responsáveis pela execução do projeto, que está sendo implementada aos poucos no país. A expectativa é de que até o fim do ano todos os estados brasileiros tenham o serviço.
SC participou de projeto piloto
Em Santa Catarina, assim como no Paraná, o projeto funcionou como piloto durante os meses de maio e junho. Neste período, 19 alertas foram emitidos, todos eles sobre situações reais. Mas a decisão de escolher SC para dar início ao serviço não foi por acaso.
— O Estado de Santa Catarina tem uma Defesa Civil muito forte, a gente fez isso também na entrada do SMS — afirmou o coordenador da gerência de qualidade da Anatel e um dos coordenadores do projeto nacionalmente, Eduardo Kruel.
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Kruel explica que, diferente dos alertas emitidos por SMS, este serviço não precisa ser ativado. Todos os assinantes das empresas de televisão por assinatura participantes vão receber os alertas sem necessidade de cadastro e sem a possibilidade de se descadastrar, de acordo com ele.
— Na tevê por assinatura vai ser um nível de severidade alta ou muito alta. Quando for enviado o muito alto, basicamente o mesmo alerta vai por SMS, o que ao contrário não ocorre. Um alerta enviado pelo SMS não necessariamente será enviado à tevê — explica.
Para receber os alertas pelo celular, basta enviar uma mensagem para o número 40199 informando apenas o CEP do endereço que deve ser monitorado. Vários CEPs podem ser cadastrados com o mesmo número de celular.
Por enquanto, as notificações aparecerão apenas durante a programação da televisão fechada, por assinatura.
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Kruel afirma que já existe um projeto no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para que essas mensagens apareçam também na televisão aberta. Entretanto, segundo ele, são tecnologias diferentes, o que exige outros recursos.
— É um projeto tecnologicamente mais complicado, que precisa adaptar as televisões. A Anatel não tem competência para tocar esse projeto, já que a radiodifusão fica no MCTIC — explica.
Ele conta que a Defesa Civil tenta viabilizar o projeto junto ao Ministério e à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ambos com interesse em colocá-lo em funcionamento na tevê aberta.
Apenas alertas de emergência serão enviados
As mensagens enviadas por SMS e pela televisão são semelhantes. A diferença entre elas é em relação à gravidade. Apenas alertas de urgência, com severidade alta ou muito alta, conforme critério da Defesa Civil, serão recebidos pelos assinantes. Por isso, conforme ele conta, um alerta enviado pelo SMS não necessariamente será visto na televisão.
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— A ideia é avisar a população no caso de uma tempestade muito severa, a Defesa Civil teria esse canal adicional para informar a população que não seria apropriado sair de casa — exemplifica o coordenador do projeto.
Ele explica que a época com mais ocorrências de desastres varia conforme a região do país. Santa Catarina costuma ter mais temporais e enchentes no período entre o fim e o começo de cada ano, durante o verão. Por isso, é possível que muitos catarinenses ainda não tenham visto a notificação, já que a primeira mensagem foi enviada no dia 24 de maio.

Notificações enviadas a Santa Catarina desde maio:
• 24/05/2019 – 16h40min – Uma notificação de deslizamento.
• 24/05/2019 – 16h49min – Uma notificação de deslizamento.
• 24/05/2019 – 17h13min – 48 notificações de alagamento.
• 24/05/2019 – 17h32min – 21 notificações de deslizamento.
• 25/05/2019 – 8h38min – Duas notificações de deslizamento.
• 27/05/2019 – 19h32min – 44 notificações de chuvas intensas.
• 28/05/2019 – 6h58min – 14 notificações de granizo.
• 30/05/2019 – 9h21min – Uma notificação de chuvas intensas.
• 30/05/2019 – 9h28min – 18 notificações de chuvas intensas.
• 30/05/2019 – 13h49min – Quatro notificações de chuvas intensas.
• 30/05/2019 – 17h24min – 62 notificações de deslizamentos.
• 31/05/2019 – 7h53min – Uma notificação de deslizamento.
• 31/05/2019 – 17h57min – Duas notificações de inundação.
• 25/06/2019 – 23h21min – Duas notificações de chuvas intensas.
• 26/06/2019 – 00h05min – 86 notificações de chuvas intensas.
• 26/06/2019 – 03h12min – 62 notificações de chuvas intensas.
• 26/06/2019 – 05h34min – 22 notificações de chuvas intensas.
• 02/07/2019 – 10h49min – Uma notificação de chuvas intensas.
• 12/09/2019 – 19h18min – Seis notificações de chuvas intensas.
• 18/09/2019 – 15h38min – Duas notificações de chuvas intensas.
• 18/09/2019 – 16h33min – Uma notificação de chuvas intensas.
• 18/09/2019 – 15h38min – Duas notificações de chuvas intensas.
• 18/09/2019 – 16h33min – Uma notificação de chuvas intensas.
• 18/09/2019 – 17h55min – Três notificações de chuvas intensas.
• 19/09/2019 – 13h24min – Três notificações de chuvas intensas.
• 19/09/2019 – 14h22min – Três notificações de chuvas intensas.
Saiba o que fazer ao receber o alerta
As recomendações variam conforme o tipo de fenômeno natural. Veja quais são as orientações de seguranças propostas pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) em cada situação:
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• Alagamento
Antes:
– Coloque documentos e objetos de valor em sacos plásticos bem fechados e em um local protegido.
– Coloque seus móveis e utensílios em lugares altos.
– Desligue aparelhos elétricos, o quadro geral de energia e feche o registro de entrada de água.
– Feche bem as portas e janelas.
Durante:
– Não volte para casa até as águas baixarem e o caminho estar seguro.
– Evite contato com as águas de alagamentos, elas estão contaminadas e podem provocar doenças.
– Só entre na água se for absolutamente necessário. Proteja-se com calçados e botas.
– Não utilize alimentos que tiveram contato com as águas do alagamento.
– Não beba água do alagamento em hipótese alguma.
Depois:
– Tenha cuidado: veja se sua casa não corre risco de desabar.
– Raspe toda a lama e o lixo do chão, das paredes, dos móveis e utensílios.
– Lave e desinfete os objetos que tiveram contato com as águas do alagamento.
– Cuidado com aranhas, cobras e ratos ao movimentar objetos, móveis e utensílios.
– Não use água de fontes naturais e poços depois do alagamento, pois estão contaminados.
– Desligue a energia elétrica e desconecte as tubulações de gás.
– Volte para casa durante o dia.
• Deslizamentos
– Observe os sinais de movimento do terreno, tais como rachaduras ao longo do terreno, rachaduras nas residências; árvores, postes ou cercas inclinadas ou embarrigadas; abatimentos ou fendas no terreno; levantamento do piso da residência; barulhos vindos do chão como se fossem pequenos terremotos; entre outros.
– Se observar algum desses sinais de movimentação do terreno, saia imediatamente da residência e solicite vistoria técnica da Defesa Civil Municipal.
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– Se forem identificadas rachaduras no terreno, coloque lona plástica para evitar que a água se infiltre nas rachaduras.
– Evite fazer cortes altos e muito inclinados no terreno. Evite também escavar a base dos terrenos.
– Evite retirar a vegetação que protege a encosta. Plantas como bananeiras não protegem a encosta, evite plantar.
– Solicite a poda de árvores das encostas e que estão próximas a sua residência, ventos e tempestades podem derrubá-las.
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– Evite lançamento de água ou esgoto no terreno, esta prática pode causar erosão.
– Não jogue lixo e entulhos nas encostas, esta prática obstrui as redes de drenagem.
– Não construa em morros muito acidentados.
– Não construa fundações/alicerces sem acompanhamento técnico.
– Não construa em locais proibidos pela prefeitura.
– Não retorne para residência até que ela tenha sido liberada pela Defesa Civil Municipal ou órgão competente.
– Após a vistoria, siga todas as orientações da Defesa Civil Municipal ou do órgão competente.
Para saber qual é o abrigo mais próximo de sua casa ou a rota de fuga segura em caso de evacuação, a orientação é ligar para a Defesa Civil do município por meio do 199 ou para o Corpo de Bombeiros, no 193.