Enquanto se multiplicam relatos de interceptações de diálogos entre líderes da Al-Qaeda, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha retiraram do país, ontem, seus funcionários diplomáticos.

Continua depois da publicidade

O Departamento de Estado americano, que há dois dias mantém fechadas dezenas de missões diplomáticas no Oriente Médio e na África, enviou um avião militar para evacuar 75 cidadãos e emitiu ontem um novo aviso de viagem indicando que a ameaça de segurança “é extremamente elevada”. O alerta coincide com o fim do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, que termina hoje.

Veículos de comunicação afirmaram que as medidas foram adotadas após a interceptação, na semana passada, de mensagens eletrônicas entre o chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, e o líder da rede radical islâmica na Península Arábica (com sede no Iêmen), Nasser al-Wuhayshi. Na segunda-feira, o jornal The New York Times relatou que Al-Zawahiri ordenava a organização de atentados a partir de domingo passado. Já a rede de televisão CNN afirmou que Al-Zawahiri ordenara que Al-Wuhayshi “fizesse algo”, o que foi interpretado pelas autoridades americanas e iemenitas como sinal de atentado iminente.

A comunicação entre Al-Zawahiri e a franquia iemenita indica um elevado nível de coordenação entre a Al-Qaeda central e suas ramificações e iniciativas de Zawahiri, além de onde ele estaria escondido – acredita-se que em algum lugar da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, afirmou a CNN. A Al-Qaeda na Península Arábica é considerada o braço com a maior capacidade operacional da organização, que nos últimos anos sofreu duros golpes em seus núcleos históricos.

Falso alarme de bomba provoca tensão na Itália

Continua depois da publicidade

O governo americano não confirmou qual órgão obteve as mensagens dos membros da rede terrorista, mas membros do Pentágono descartam que as comunicações tenham sido interceptadas pela Agência de Segurança Nacional, no centro de um escândalo de espionagem.

Ontem, um bombardeio com drone (avião não tripulado) matou quatro homens que viajavam em um veículo na região de Marib, a leste de Sanaa – um deles seria um dos supostos envolvidos no planejamento de atentados. Um helicóptero do exército do Iêmen também foi derrubado em outro episódio, ontem, por membros de tribos, matando oito soldados.

Houve pânico, também, na Itália, em Milão, onde o consulado dos Estados Unidos foi esvaziado em razão de um falso alerta de bomba.