Localizado em uma área de mata atlântica, os moradores do Vale do Itapocu convivem com a ameaça de ataques de animais peçonhentos. Com o calor, os moradores da floresta acabam aparecendo nas áreas urbanas e aí o perigo aumenta. Cobras, aranhas e escorpiões assustam as pessoas e, muitas vezes, causam acidentes. Mas o que fazer em uma situação como esta?

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O pesquisador Germano Woehl Júnior explica que os répteis são animais que não controlam a temperatura do corpo. Eles entram em atividade durante os dias quentes do ano para a reprodução e procura de alimento. Nos meses frios, ficam em um estado de dormência. Por isso, a visita deles pode aumentar bastante nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

As principais vilãs, que nem são tão más assim, são as cobras. A mais venenosa é a coral-verdadeira, conhecida pela sua coloração vermelha, preta e branca. Com hábitos noturnos e diurnos, ela não ataca os seres humanos, apenas quando se sente acuada. Por ter uma boca muito pequena, os acidentes com este tipo de cobra são raros, explica Woehl.

Segundo ele, a jararaca é a cobra que provoca o maior número de acidentes. Isso porque esta espécie se adapta bem às áreas urbanas e encontram comida farta devido a proliferação de ratos. A jararaca é conhecida por ser uma cobra malhada com tons verdes e marrons.

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_ Quando se sente ameaçada, ela achata o corpo e costuma bater a cauda sobre as folhas secas. Assim, fica bem camuflada no chão, sobre as folhas secas, e permanece imóvel. Geralmente, ela foge ao perceber alguém se aproximar, porém, sentindo-se ameaçada, pode dar o bote _ afirma Woehl.

Outra cobra bastante comum na região é a jararacuçu. Conforme o pesquisador, apesar do veneno perigoso, ela tem mais medo dos humanos do que ao contrário. Como as demais cobras, só ataca se sentir ameaçada. Além delas, a caninana é uma cobra que aparece bastante na região, mas não é peçonhenta.

Ao encontrar o animal, peça ajuda

Tanto com aranhas, escorpiões ou cobras, a recomendação dos bombeiros é não matar o animal. Segundo o bombeiro voluntário de Schroeder, Jairê Engler, a primeira orientação ao encontrar um bicho que ofereça risco a pessoa é sair da residência e ligar para o número de emergência, o 193.

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_ Animais com venenos fortes não devem ser mortos, mas capturados para identificação da picada. A captura de preferência deve ser feita pelos bombeiros _ diz.

Para ocorrências que envolvem este tipo de animais, os bombeiros usam equipamentos de segurança e utensílios adequados para a apreensão. Engler conta que com cobras fazem um relatório e enviam ao Instituto Butantan, em São Paulo.

Não são apenas cobras ou aranhas que fazem visitas inusitadas aos humanos. No dia 19 de dezembro, os bombeiros de Schroeder tiveram que retirar um porco-espinho de uma residência.

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_ Todos os animais devolvemos para natureza. O porco-espinho não era venenoso, mas causa um grande estrago quando acuado _ afirma Engler.

Já as pessoas se forem picadas por algum peçonhento devem ir imediatamente para um hospital. A recomendação é que fiquem calmas para diminuir a circulação sanguínea, assim impedindo que o veneno se espalhe pelo corpo.

Dicas importantes

_ Não guarde entulhos no fundo de casa. As cobras se alimentam de ratos e até mesmo baratas.

_ Se você mora em um área próxima a mata fechada, verifique em baixo das cama, dos armários e sapatos se não há animais peçonhentos escondidos.

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_ Se for picado por um animal peçonhento, não é recomendado realizar o torniquete, pois pode ocorrer necrose do membro.

_ Não mate os animais peçonhentos. Quando identificados, eles ajudam na aplicação do antídoto para o veneno.

_ A captura do animal deve ser realizada por pessoas capacitadas, como os bombeiros.