Depois de Damasco, Aleppo, a segunda cidade mais populosa e centro econômico da Síria – que vinha se mantendo à margem do conflito que assola o país – é agora palco da guerra civil.
Continua depois da publicidade
Combates ocorrem inclusive às portas da Cidade Velha, uma das regiões habitadas mais antigas do mundo e classificada como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.
Ontem, correspondentes estrangeiros que estão no local relataram o uso de caças e helicópteros para bombardear os arredores. As forças de Bashar al-Assad tentam controlar a ofensiva dos rebeldes sobre a região. Bairros inteiros, especialmente os com população proveniente da zona rural, estão nas mãos dos rebeldes. Estima-se que 20 pessoas morreram ontem no local e outras 60 em outras partes do país.
Segundo um repórter do jornal Le Monde, os rebeldes conseguiram cercar o quartel general da polícia no centro, enquanto o exército atacava pelo ar. Relatos similares foram feitos pela rede britânica BBC.
Para especialistas, Aleppo, com seus 2,5 milhões de habitantes, é estratégica para os rebeldes por estar perto das linhas de abastecimento e do quartel-general dos rebeldes na fronteira. A ofensiva de Aleppo se dá depois de postos fronteiriços com a Turquia terem sido tomados por rebeldes. Para o exército, perder Aleppo seria comparado a ter uma outra Benghazi, a cidade da Líbia que se converteu no quartel general da rebelião contra Muamar Kadafi.
Continua depois da publicidade
Segundo Riad Kahwaji, diretor do Institute for Near East and Gulf Military Analysis de Dubai, a capacidade do regime de mobilizar as suas tropas é cada vez menor.
– Nem todas as unidades são leais, e as que o são têm muito trabalho – afirma o especialista.
No entanto, Anthony Cordesman, outro especialista militar do Centre for Strategic and International Studies, em Washington, considera que as táticas locais de grupos dispersos não devem ser interpretadas como se fossem uma estratégia coordenada em todo o país.
Na segunda-feira, o regime reconheceu que tem armas químicas e ameaçou utilizá-las em caso de intervenção estrangeira. Ontem, o Exército Livre Sírio, o principal grupo opositor armado, afirmou que o regime começou a transferir as armas para regiões de fronteira.
Continua depois da publicidade