Conjunto, mais que simplesmente um time. Química que funcionou para livrar o rebaixamento deste ano que vira fórmula ao Figueirense vencedor na temporada que se avizinha. Mais que futebol, foi a união entre os atletas que arrastou o clube da beira do buraco para a permanência. Visão clara de quem pensa além do jogo. Marco Antônio acredita a equipe de 2018 precisa do traço marcante do semestre que terminou para alcançar o que passou longe do plano alvinegro.
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Uma unidade que faz parte. Por isso, não esperou proposta, não quis saber de outro time no currículo. Aceitou a renovação de contrato com o Figueira por mais um ano porque tem a convicção de que a frustração de lutar contra a degola será a semente do conjunto vencedor – e não apenas um time.
– Esquecer é como não se tivesse vivido. Soubemos o que foi feito e deu errado. Vamos lembrar disso, e também trazer à memória coisas boas. Tentei fazer isso no dia a dia de treinamento, fora de campo, para puxar a rapaziada porque há muito a ganhar. Se nos unirmos e formarmos um grupo legal, em que todo mundo entende seu papel, podemos alcançar coisas boas – explicou o meio-campista de 33 anos.
O conceito de conjunto Marco Antônio carrega desde a participação decisiva no título da Série B de 2011 com a Portuguesa. O time foi apelidado de Barcelusa, em alusão ao Barcelona comandado por Pep Guardiola. Na brincadeira, o meia era reconhecido como Xavi da equipe. Foi uma campanha surpreendente que terminou com troféu nacional. Um desejo do torcedor alvinegro que o jogador vai levar para o campo de jogo em 2018.
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— O próprio torcedor da Portuguesa torcia o nariz para as contratações e aos jogadores que ficaram. Mas naquela ocasião foi criado um grupo muito unido, em que um corria pelo outro. Eu tento cultivar esse espírito nos clubes em que passei desde então, e também de tirar o ranço do rebaixamento que atrapalhou. Temos de pensar para frente. O Figueirense tem total condição de título se formar um grupo forte.
Do grupo forte quer fazer parte. A idade e rodagem dá a condição de ser um pouco mais que uma peça na engrenagem. Porém, Marco Antônio faz força apenas para que o conjunto seja forte, desta forma ele e os companheiros encontram os espaços no elenco alvinegro para 2018.
Confira a entrevista a seguir.
Da passagem vitoriosa de 2014, foi frustrante disputar para ficar na Série B no seu retorno ao clube?
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Foi. Vim por causa dos problemas no Náutico, de oito meses lá há sete não recebia. E aceitei ganhar metade do que receberia lá para voltar ao Figueirense. O time começou bem, mas foi um ano conturbado por trazer o peso do descenso no ano anterior. Eu não tinha vivido isso ainda na carreira. Lembro muito do Marcelo Cabo (terceiro dos quatro técnicos no ano) dizer que era como areia movediça. Mas depois as coisas foram se ajustando, e houve uma união forte de todos. Não podíamos deixar acontecer um novo rebaixamento ao clube, ainda mais para a Série C, ainda mais pelo tamanho que o Figueirense tem.
Você foi o primeiro atleta a renovar contrato. Por que decidiu ficar?
O clube oferece condições de trabalho para desenvolver bem a profissão e a cidade é maravilhosa, com estabilidade para minha família (esposa e duas filhas, uma de quatro anos e outra de dois meses), que pesa no pacote. Com o tempo, como em 2014, vou voltar a jogar em alto nível e dar a resposta à confiança que o clube depositou em mim. Nem esperei nada para ouvir, quis sair de férias situação resolvida. O projeto da gestão nova é importante, grande, e quero participar disso. É raro clube brasileiro com essa estabilidade. E ainda tem o carinho que sinto pelo clube nessa decisão.
O título estadual é prioridade para reanimar o torcedor ou o acesso à Série A será a principal meta do ano?
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Os dois, tudo! Sou a favor de objetivos grandes porque assim você chega longe. Temos de pensar no título estadual, com respeito aos adversários e as boas equipes, e depois na luta pelo acesso, que seria melhor se fosse com título. Tem a Copa do Brasil também, em que temos de tentar ir o mais longe o possível. Tudo com grupo um forte, com o mesmo objetivo e jogando e trabalhando em prol do clube.
Nessa engrenagem, onde se enquadra? Você é tido como um líder do elenco ou nesse grupo é só uma peça?
O aspecto de liderança não é forçado. Dou minha opinião, sou esclarecido para me posicionar, não fico no muro. Sou um dos caras mais velhos, tenho 33 anos, joguei em grandes equipes e estou à disposição para o que o clube precisar. Ainda assim, me vejo como mais uma peça, e todos têm que ver desta forma, para encontrarem sua posição no grupo e agregar coisas boas, juntar o que cada um tem de bom para oferecer.
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