Com a desistência do presidente dos EUA, Joe Biden, à corrida presidencial, a vice-presidente Kamala Harris é uma das favoritas para assumir a candidatura democrata e disputar a eleição contra Donald Trump. Fora ela, mais três nomes estão sendo cotados: Gretchen Whitmer, J. B. Pritzker e Sherrod Brown.

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Kamala conta com o apoio de Biden, de políticos do partido e membros influentes democratas, como Bill e Hillary Clinton. Ela também foi apoiada por nomes que poderiam ser concorrentes na indicação à candidatura presidencial: é o caso dos governadores da Califórnia e da Pensilvânia, Gavin Newsom e Josh Shapiro, respectivamente.

Entretanto, políticos importantes do partido democrata, como o ex-presidente Barack Obama e a presidente emérita Nancy Pelosi, foram neutros em relação à sucessão de Biden. Outros três políticos do partido ainda permanecem como os principais candidatos que poderiam desafiar Kamala pela indicação: Gretchen Whitmer, J. B. Pritzker e Sherrod Brown.

Em seus pronunciamentos de reação à renúncia de Biden, nenhum dos três mencionou explicitamente apoio a Kamala Harris nas declarações e se limitaram a dizer que continuariam trabalhando para impedir a eleição de Trump. O cenário pode mudar, como aconteceu com Newsom e Shapiro.

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Quem pode substuir Biden na disputa pela presidência nos EUA

Gretchen Whitmer

Atual governadora do estado do Michigan, Gretchen Whitmer, de 52 anos, já passou pela Câmara dos Representantes e pelo Senado de Michigan, antes de assumir a liderança do estado desde 2019.

Seu estado é considerado um “Swing State”, ou seja, tem possibilidade de pender para o lado republicano ou democrata na votação de novembro.

Whitmer também estava na lista de candidatos para ser vice-presidente de Biden na eleição em 2020 e conseguiu um bom desempenho na votação do Partido Democrata, o que é atribuído ao desempenho da governadora no Michigan.

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J. B. Pritzker

Também governador, desta vez do estado de Illinois, J. B. Pritzker tem ganhado destaque durante o mandato, o que pode chamar a atenção dos democratas na escolha de um substituto.

O político de 59 anos pode usar como vantagem a regulamentação do direito ao aborto que realizou no estado. Illinois já investiu mais de US$ 23 milhões na expansão do acesso ao procedimento e à saúde reprodutiva desde 2022.

Pritzker já declarou que o estado é um “santuário” para as mulheres que procuram a interrupção da gravidez, além de ser incisivo em temas como controle de armas e na legalização da maconha para uso recreativo.

Sherrod Brown

O senador de Ohio, Sherrod Brown, tem destaque na defesa de pautas que envolvem os direitos e proteções trabalhistas, e já se posicionou em defesa da fertilização in vitro e do direito ao aborto.

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Com 71 anos, Brown seria o homem mais velho dentre as escolhas dos democratas. Mesmo assim, ainda teria sete anos a menos que o republicano Donald Trump.

Como e quando ocorre a decisão?

Com a desistência de Biden, o partido democrata entra em uma corrida para oficializar um substituto, que precisa ser aprovado durante a Convenção Nacional Democrata, marcada para os dias 19 e 22 de agosto em Chicago.

Esse evento reúne todos os delegados eleitos durante as primárias, que são votações indiretas para presidente que aconteceram em cada um dos 50 estados dos EUA e envolveram apenas candidatos do partido democrata. Neste ano, durante as primárias, Biden obteve a esmagadora maioria de delegados: 3.933 de cerca de 4.500.

Entretanto, ao desistir da candidatura, Biden libera os delegados para apoiar quem eles desejarem. Isso abre a porta para o que se chama de uma convenção aberta, onde interessados na candidatura negociariam e fariam campanha diretamente com os delegados, e quem conseguir uma maioria simples de cerca de 1.968 votos será o candidato à Casa Branca.

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Entretanto, uma convenção aberta não é a única opção à disposição do partido. Se líderes partidários, incluindo os principais nomes no Senado e na Câmara dos Deputados, chegarem a um consenso de que Kamala é a melhor opção, pode haver um acordo para que ela seja a única candidata na convenção, garantido assim que será a indicada da sigla à Casa Branca.

Outra possibilidade — menos provável, dado o adiantado da hora — é que os democratas busquem repetir as primárias de alguma forma, com votações rápidas em estados estratégicos ou a realização de debates entre os candidatos com o objetivo de consultar, ainda que de maneira mais ou menos informal, sua base e o eleitorado antes de escolher um substituto para Biden em agosto.

*Com informações do g1 e da Folha de S.Paulo

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