Diversão para uns, terapia para outros. Ambientes de realidade virtual também são usados ao redor do mundo para tratar diversos transtornos, em especial fobias e estresse pós-traumático.
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– Os simuladores foram primeiro empregados em treinamentos militares – conta o coordenador do Grupo de Realidade Virtual (GRV) da Faculdade de Informática (Facin) da PUCRS, Marcio Pinho, que revela uma ironia. – Hoje, na área de tratamento de fobias, os Estados Unidos têm muitas coisas para ex-combatentes de guerra.
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Pouco mais de um ano atrás, o grupo coordenado por Pinho forneceu um simulador de trânsito a uma empresa de São Paulo, insatisfeita com a incapacidade de softwares americanos e ingleses em corresponder à realidade bastante particular das ruas brasileiras.
– A gente usa a expressão “guerra do trânsito”. É essa a nossa guerra – compara Pinho.
Acomodado em uma poltrona, munido de volante e câmbio de marchas, o paciente acelera por ruas virtuais. O terapeuta observa e dispara, gradualmente, situações causadoras de pavor: parar no semáforo, reduzir a velocidade ao ficar preso atrás de um caminhão de lixo, entrar em uma rua com fila dupla formada por carros de pais que buscam os filhos na escola.
– A partir da observação, pode-se fazer uma avaliação objetiva de sudorese, de batimentos cardíacos – exemplifica.
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Segundo Pinho, não há diferença em termos de programação entre um simulador para diversão e um para terapia:
– A tecnologia é a mesma. O que muda é o enredo. Nosso simulador tem ruas extremamente engarrafadas. Num jogo, isso é chato, mas é nessas situações que as pessoas sentem fobia.
Atualmente o GRV desenvolve um simulador de agência bancária para tratar traumas de bancários que já foram assaltado. Os desenvolvedores também devem adaptar o simulador de trânsito para avaliação do comportamento de idosos ao volante, a pedido de uma aluna da PUCRS.
– Muitas vezes, o único teste pelo qual os idosos passam para dirigir é de visão, e a estudante quer fazer uma avaliação mais fina e detalhada – conta o desenvolvedor.
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