Ainda que Santa Catarina tenha algumas usinas que propõem a reutilização do lixo produzido no Estado, novos negócios podem encontrar dificuldades para implementar este tipo de recurso e criar um maior número de usinas.
Continua depois da publicidade
Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
— Acredito que os maiores desafios são provenientes do elevado custo associado a essas alternativas e o período de retorno para o investimento. Além disso, para ser viável, essas usinas necessitam de grandes quantidades de resíduos, para os quais seria necessário uma rede de municípios para conseguir uma escala viável para implantação. Como SC é composta majoritariamente por pequenos municípios, um desafio também é a instalação dessas usinas em um local que seja centralizado para essas regiões.
Podemos até diminuir o uso de aterros sanitários, mas aí criaríamos o problema das Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) associadas ao transporte dos resíduos até a planta — explica a mestre em Engenharia Ambiental, Eduarda Piaia.
Apesar das dificuldades de reciclagem no Brasil e em Santa Catarina, a engenheira indica que estas ações que envolvem a redução do envio de resíduos sólidos para os aterros sanitários são adequadas para a gestão dos resíduos gerados. Outras saídas simples são fazer a compostagem em casa, enviar os resíduos recicláveis para cooperativas e associações de catadores, enviar as embalagens limpas para a reciclagem e diminuir o uso de embalagens plásticas, todas opções viáveis para o dia a dia da população.
Continua depois da publicidade
A mestre também indica que, no âmbito da legislação, os municípios criem políticas públicas que priorizem a diminuição do envio de resíduos para aterros. Entre as opções está a aplicação efetiva de políticas de lixo zero. Conforme Eduarda, em Florianópolis, existem metas e se espera desviar do aterro sanitário até 90% dos resíduos orgânicos e 60% dos recicláveis secos até 2030.
— Outra sugestão é que as prefeituras tenham uma política diferenciada para grandes geradores de resíduos orgânicos, para que esses resíduos sejam encaminhados para compostagem ou biodigestão e não aterros sanitários — cita.
A engenheira também defende que a gestão pública estenda a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos ao produtor. Por exemplo, se uma determinada marca gera um tipo de plástico, ela mesma deveria ser responsável pela coleta, transporte e destinação final do resíduo gerado. Os incentivos fiscais também seriam importantes para estimular a economia circular, em que os produtos já seriam projetados para reutilização, reparação e reciclagem ao invés da atual destinação final.
Leia a reportagem completa
De energia elétrica a pavimentação, o que são as usinas que transformam a realidade do lixo em SC