Esta quarta-feira, 26 de junho de 2013, deixou de ser apenas mais um dia de jogo da Seleção. É também um grande teste para o Brasil: poderemos ter Copa do Mundo em 2014?
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O país e o planeta estarão com a atenção detalhista de um telescópio Hubble voltada para o grande teste em Belo Horizonte.
Se quase 70 mil pessoas embalarem o Brasil a uma vitória sobre o Uruguai no Mineirão, e fora dele as forças de segurança garantirem a ordem diante de outros prováveis 70 mil que irão às ruas, sinal verde para a final da Copa das Confederações e alívio para organizadores do Mundial.
Mas tudo pode virar vinagre. Basta a situação sair do controle, como nos dois jogos anteriores na capital mineira.
Ingredientes de tensão sobram: público recorde no estádio, com todos os ingressos vendidos, e até a presença de Joseph Blatter, presidente da Fifa, no local onde alguns dos mais violentos protestos no país eclodiram na semana passada.
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Em dias de jogos os saques e depredações foram a tônica, inclusive com dois feridos graves, que caíram de viadutos nos protestos, ainda hospitalizados.
Confetes ou vinagre, caos ou ordem, futebol ou protesto? Veja para que lado pode pender a balança diante do cenário construído até aqui.
O cenário para o Dia D
O caminho utópico
A divisão é clara entre os manifestantes. A maioria prefere mudar o roteiro que gerou grandes embates, feridos e depredações nos dias de jogos disputados em Belo Horizonte, evitando a tentativa de entrada na área de segurança delimitada pela Fifa. Seria uma marcha pacífica que terminaria em frente à Igreja da Pampulhinha, fora do perímetro Fifa. Esta ideia inicial já foi seguida nas outras manifestações, porém com grupos radicais “abandonando” o roteiro da paz na parte final da passeata.
O roteiro de “guerra”
O movimento não tem um só comando e várias correntes defendem outras táticas, todas que levam ao impasse e ao confronto. Duas delas são potencialmente explosivas: dirigir-se à avenida que leva ao Mineirão e tentar entrar rumo ao estádio; dividir-se em grupos e tentar bloquear as vias de acesso ao estádio (incluindo o bloqueio da saída do ônibus do Brasil), parando a cidade e impedindo os quase 70 mil torcedores de chegarem ao Mineirão.
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Polícia com tolerância zero
Caveirões do exército e do batalhão de choque estarão estacionados em locais estratégicos. Mil homens do exército, muitos camuflados e com armamento letal, vão patrulhar a mata da UFMG, vizinha ao Mineirão. Cerca de 2 mil policiais militares, reforçados pela Força Nacional de Segurança e por tropas de elite especializada em confrontos, têm ordens claras do comando: reagir a ataques e depredações com força máxima, ao contrário da postura anterior, mais conciliadora.
Feriado e vitrinas protegidas
A prefeitura decretou feriado em Belo Horizonte, ao contrário de ponto facultativo dos outros dias de jogos. O objetivo é ter menos gente no centro da cidade para facilitar o controle da situação. Redes sociais denunciam que a oferta de ônibus, fora os que levam ao Mineirão, será mínima para esvaziar o movimento. A abertura do Mineirão mais cedo é outra medida, às 12h (normalmente abriria às 13h). O comércio, vacinado pelas ocorrências, ergueu tapumes e proteções de ferro em suas vitrinas nas avenidas mais visadas.