Quem já não ouviu falar da Banda de Ipanema, que arrasta milhares de pessoas pelas ruas do bairro carioca no sábado de Carnaval? Ou do Galo da Madrugada, que leva multidões para as ruas de Recife e é considerado o maior bloco carnavalesco do mundo. E o que falar da festa em Salvador, com uma das maiores participações populares do planeta, atrás dos trios elétricos. Essas três manifestações têm em comum a reunião democrática de diferentes grupos pelas ruas das cidades nos blocos carnavalescos.

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Faltam apenas três semanas para o início do Carnaval, mas o frenesi já começou há tempos entre quem curte os três principais destinos da folia no Brasil: Rio, Salvador e Recife/Olinda. O Rio prepara uma extensa programação. Nas ruas da capital fluminense, a farra mais democrática ocupa o Centro e a Zona Sul. Há espaço tanto para o Cordão da Bola Preta quanto para o jovial Exalta Rei!. Como a ocupação nos hotéis por lá nesta época beira os 100%, é preciso correr para garantir um lugar.

Em Salvador, a festa comandada pelo axé deve reunir em torno de 2 milhões de foliões. São mais de 10 quilômetros de circuitos, por onde passam blocos e trios elétricos. Um pouco mais acima no mapa tem o Carnaval democrático, multicultural, multifacetado de Pernambuco. Seja com o frevo, que puxa a folia na cidade, seja com os ritmos do maracatu, samba e ciranda, a ordem no Recife e em Olinda é uma só: quando fevereiro chegar, basta ir à rua para se divertir. E você já se programou?

::: Escolha seu bloco!

Maior festa popular do mundo, o Carnaval para o país ano a ano. Ou, dependendo do ponto de vista, movimenta o Brasil com ritmos, cores e muita animação. Três cidades – Rio de Janeiro, Salvador, Recife/Olinda – despontam como palco da folia, cada uma com suas peculiaridades.

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Salvador

Na capital baiana, os números do Carnaval impressionam. Em oito dias de festa, 220 entidades se mobilizam para levar alegria a uma multidão estimada em 2 milhões de pessoas, sendo 500 mil turistas brasileiros e 100 mil de outros países. Os três circuitos de passagem dos trios, juntos, somam 16 quilômetros de extensão. Por ano, a festa de Salvador movimenta R$ 1,3 bilhão, garantindo a geração de 220 mil empregos temporários.

– É uma gama de ritmos e cores muito grande nos três circuitos. É o Carnaval da participação, para todas as classes sociais – ressalta Fernando Bulhosa, presidente do Conselho Municipal do Carnaval e da Associação de Blocos e Trios de Salvador.

O ano de 2010 é simbólico para os baianos. O trio elétrico, símbolo do Carnaval local, completa 60 anos de existência. Embora o clima de festa já prevaleça na cidade, as festividades se concentrarão entre os dias 11 e 17 de fevereiro. A ideia é resgatar a trajetória do trio elétrico desde 1950 até a atualidade.

Neste ano, uma das novidades é o uso da tecnologia. Os blocos estarão equipados com aparelhos de GPS, que permitirão aos foliões se localizarem. Cada trio elétrico se desloca, em média, a uma velocidade de um quilômetro por hora. Saiba mais no site www.portaldocarnaval.ba.gov.br

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Rio de Janeiro

Famoso pelos desfiles das escolas de samba na Sapucaí, o Rio também se destaca pela folia nas ruas. O coração do agito é a Avenida Rio Branco, no Centro, por onde blocos arrastam multidões a partir da Cinelândia. O mais numeroso é o Cordão da Bola Preta, que abre o Carnaval e que no ano passado atraiu 800 mil pessoas, o equivalente à metade da população de Porto Alegre.

A dimensão da festa popular é enorme. São 465 blocos cadastrados na Riotur, a Empresa de Turismo do Rio, e mais de 600 desfiles previstos, uma vez que alguns grupos circulam mais de uma vez. Fora do Centro, a festa se concentra na Zona Sul, em bairros como Gávea, Ipanema, Leblon, Copacabana e Botafogo. O roteiro completo pode ser conferido no site www.rioguiaoficial.com.br.

Recife e Olinda

– Aqui, o Carnaval começa depois do Réveillon, com a fase pré-carnavalesca. Mas a cidade vive a festa o ano todo – afirma Márcia Souto, secretária de Patrimônio e Cultura e coordenadora do Carnaval de Olinda.

A fala da representante da prefeitura dá uma dimensão da festa na cidade pernambucana, marcada pela diversidade e por uma singularidade: a cidade não tem sambódromos ou trios elétricos. Os ritmos que embalam os participantes são protagonizados pelo povo.

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A irreverência é a marca do Carnaval de Olinda, famosa pelo frevo, pelos bonecos gigantes (foto ao lado) e pelos foliões fantasiados que circulam pelas ladeiras da cidade. Entre dezenas de bonecos, destaca-se o mais famoso: o Homem da Meia-Noite. O boneco, que está nas ruas desde 1932, é responsável por abrir as festividades. Em Recife, capital pernambucana localizada a apenas seis quilômetros de Olinda, a folia será ampliada neste ano. Em vez de quatro dias, duas semanas de programação, a partir de 12 de fevereiro. A abertura do Carnaval Multicultural contará com shows de Elba Ramalho e Zeca Pagodinho.

Na Capital, a maior atração é o Galo da Madrugada, o maior bloco carnavalesco do mundo. Criado em 1978, arrasta uma multidão de mais de 1,5 milhão de pessoas, equivalente à população da cidade.