As pessoas que foram hoje (14) pela manhã na emergência do Hospital Universitário (HU) de Florianópolis se depararam com cartazes, alertando que o setor está fechado por causa da superlotação. Apenas pacientes que chegam através do Samu e do Corpo de Bombeiros estão sendo atendidos. A situação se tornou comum desde o fim de semana, quando o setor foi fechado na madrugada de domingo e reabriu à tarde. Na segunda-feira, a emergência do HU voltou a ser fechada, reabriu, mas fechou de novo às 11h. Vinte e quatro horas depois, seguia na mesma condição e sem prazo para abrir novamente.

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Foi neste momento que Raquel Miguel, de São Paulo, tentou uma vaga na emergência. Ela sentia muitas dores por causa de um problema urinário. Não foi atendida: “Eu estou com cálculo renal e precisava só de uma receita pra tomar um antibiótico, poque eu já tive crises como essa. Isso é um descaso com a população que paga seus impostos”.

A emergência do HU está em “procedimento operacional padrão”, segundo a superintendente do hospital, Maria de Lourdes Rovaris. Em plena temporada de verão, em que a quantidade de pessoas na Ilha cresce consideravelmente, a greve dos servidores municipais provoca uma demanda ainda maior no hospital. A liberação de vagas depende da saída de pacientes, porém, segundo a superintendente, a média de tempo que eles ficam na unidade está aumentando. “Aumentou a quantidade dos pacientes com maior gravidade, que demandam um maior tempo de observação. Nós também temos uma dificuldade interna de transferência desses pacientes para as unidades de internação por causa do fechamento de cerca de cem leitos”, avaliou a superintendente.

Ainda segundo a superintendente, o concurso público para contratação de profissionais será homologado em março deste ano, e a partir daí sairá um cronograma junto à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebsehr) – gestora do HU -, para efetivá-los. Enquanto isso não acontece, a emergência atende dentro do possível.

Maria de Lourdes Rovaris diz que os funcionários estão sob estresse físico e mental diante da situação. E nem há como dar uma alternativa ao paciente que precisa da emergência porque as unidades de saúde da região estão sobrecarregadas. “As UPAs e as unidades básicas de saúde estão fechadas, então os pacientes estão contando apenas com o Hospital Celso Ramos e o HU na ilha, enquanto que as alternativas no continente dificultam o acesso do usuário. Nós temos a expectativa de regularização dessa situação com o término da greve dos trabalhadores da saúde de Florianópolis”, relata.

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A greve dos servidores municipais de Florianópolis completa um mês nesta quarta-feira.

Ouça o boletim completo sobre a emergência do Hospital Universitário no boletim do repórter Leandro Lessa: