Para a contrariedade dos moradores da rua Timbó, no bairro América, região central de Joinville, a semana começou e terminou sem que operários aparecessem para tocar as últimas semanas das obras para controle de enchente que se arrastam há quase dois anos.
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A Catedral, construtora vencedora da licitação, afirma não ter recebido dinheiro devido pela Prefeitura e, por isso, deixou de pagar a empresa de mão de obra que contratou, a Ação de Joinville. O município reconhece a falta de recursos, mas informou que o problema não é grave a ponto de definir a suspensão total da obra.
Os mais interessados na obra de controle de cheias, moradores da rua reclamam de falta de informações sobre os trabalhos. A corretora Ester Kruger, 41 anos, disse que a família estava na expectativa de que a obra terminasse em dezembro, que era a previsão mais recente divulgada.
Ela conta que a Secretaria Regional do Centro e a Prefeitura têm feito jogo de empurra para quem pede informações. Sem saber o que de fato estava ocorrendo, a opção da moradora foi ver a retirada gradual de trabalhadores e máquinas.
A última inundação da rua foi registrada no fim de 2011. Dono da empreiteira Ação, Aldori Alves afirma que está há três meses sem receber – ele espera R$ 220 mil dos três meses de atraso e os R$ 80 mil da finalização da obra.
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Aldori garante que os funcionários trabalhavam de segunda a segunda para terminar a obra até o começo de dezembro. Com a ordem da Catedral para parar a obra, os 26 funcionários da Ação ficaram sem serviço. A esperança do empresário é a conclusão imediata dos trabalhos, que demandaria apenas dez dias.
– É isso que está me irritando – desabafa Aldori.
Apenas três funcionários da Catedral se mantinham nesta sexta-feira de prontidão para garantir a limpeza do local e fiscalizar a integridade do que já foi feito, como as pontes em construção. A empresa, que assumiu o trabalho em janeiro depois da desistência da primeira empreiteira licitada, pode ser responsabilizada em caso de vandalismo.
A confirmação de que ninguém mais trabalharia ali nos próximos dias veio com a retirada dos banheiros químicos disponíveis para os trabalhadores, no fim da tarde desta sexta-feira. ??
A Prefeitura se explica
O chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, negou que os trabalhos estivessem paralisados. Segundo ele, as obras continuariam, mas em ritmo lento. Sobre o pagamento, ele destacou que só há possibilidade se houver receita do programa Recuperar 2, que começou na segunda-feira.
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Caso contrário, não há caixa da Prefeitura para fazer o repasse. O dinheiro para este fim de ano está comprometido com o pagamento do 13º salário dos servidores.
– A melhor possibilidade é de terminar em janeiro – destacou.
Segundo Dalbosco, a estimativa já foi discutida com a equipe de transição. Para este ano, o chefe de gabinete descartou o término e uma possível inauguração do binário com a rua Max Colin. Ele não soube precisar o valor devido à empresa Catedral para que os trabalhos sejam retomados.