Misturando bossa nova com indie rock, Ale Vanzella lançou as bases do que chamou de indie bossa. Isso foi em 2012, com o álbum que levou o nome de sua invenção. Agora, ele retorna ao gênero mostrando seus anos de formação musical em Indie Bossa II.
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Lançado pela Sony, o novo disco funciona mais como um guia para o coração roqueiro de Vanzella do que necessariamente uma apostila de estudos. Das 12 faixas, oito são pistas de por onde o músico esteve antes de desenvolver o delicado dedilhado que caracteriza suas composições atuais.
– Tem muita coisa dos anos 1990, porque passei a maior parte da minha vida ouvindo grunge. Então, o que não é som de Seattle foi influenciado ou o influenciou – diz.
Daí fica fácil entender por que Come As You Are, do Nirvana, divide espaço com Heart of Gold, de Neil Young, ou Everlong, dos Foo Fighters, e antecede I Started a Joke, sucesso dos Bee Gees que atingiu Vanzella quando refeita pelo Faith no More. The Man Who Sold the World, clássico de David Bowie, é outra incluída também por causa de sua versão grunge: a inesquecível interpretação do Nirvana em seu acústico.
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– Concordo que pode parecer um disco que só faça sentido dentro da minha cabeça – brinca Vanzella. – Mas é parte da minha história, não tenho como fugir disso.
Além da memória afetiva, o que une suas 12 faixas são os arranjos vertidos para o violão bossa novista de Vanzella, completados por eventuais pianos e arranjos de cordas. Nada, no entanto, que lembre aquelas típicas e famigeradas trilhas para elevador, com vocalistas gemendo clássicos do rock em cima de batidas tropicais.
– Quis fugir totalmente desse modelo, por isso optei por arranjos mais densos, soturnos até – explica o músico. – Definitivamente, não é um disco para puristas.
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