O medo de ser contaminado pelo vírus H1N1, transmissor da gripe A, promoveu uma verdadeira corrida às farmácias de Joinville. O álcool gel, usado como anti-séptico, desapareceu das prateleiras e das distribuidoras e foi o principal produto vendido nos últimos dias. Quem quiser, terá de ir em estabelecimentos que trabalham com manipulação, pois não há prazo para repor os industrializados.

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– Não temos previsão de quando vamos receber de novo. Na quinta-feira, vieram dez frascos, mas acabaram no mesmo dia – conta a farmacêutica da Panvel Joissa Soares.

Segundo ela, a procura começou a aumentar no início do mês e as fábricas não dão conta de repor os estoques. A estudante Melina Seara Schiewe, 20 anos, foi uma das que procurou pelo produto e não encontrou.

– Resolvi comprar mais como forma de higiene, não exclusivamente por causa da gripe – explica.

De acordo com o presidente do Núcleo de Farmácias de Manipulação da Associação Empresarial de Joinville (Acij), Rafael Diogenes Jantsch, os 14 estabelecimentos que fazem parte do grupo sentiram alta nas vendas do produto. Na Allpharma, o aumento nas vendas foi de 80%.

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– O álcool gel deve ser esfregado na mão até secar completamente e não se pode esquecer de passar entre os dedos – ensina.

A venda está tão aquecida que em alguns estabelecimentos são comercializados mais de 20 tubos por dia. Os frascos com 30 gramas custam em média R$ 4. A procura por máscaras também cresceu, mas está em falta em apenas algumas farmácias. Se o joinvilense quiser o produto, basta uma caminhada pelo centro e ele não voltará para a casa com as mãos abanando. Ela pode ser comprada por unidade e custa em média R$ 0,50.

– Algumas pessoas compram por precaução, outras dizem que a escola dos filhos está recomendando o uso – explica a farmacêutica Luciane do Rocio Chezin.

Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde deve divulgar portaria com orientações sobre o uso da proteção. Remédios e complementos de vitamina C não tiveram alta significativa nas vendas.

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– A vitamina C pode ajudar como prevenção, mas quem se alimenta bem não precisa tomar os comprimidos. Em excesso, ela pode causar até cálculos renais – alerta o farmacêutico Jantsch.

Portaria restringe uso de máscara

Pelo menos duas portarias relacionadas à gripe A devem ser assinadas esta semana em Joinville. A primeira restringe o uso de equipamentos de proteção individual, como máscara e óculos, por exemplo. A outra retira da linha de frente das unidades de Saúde todas as funcionárias grávidas, consideradas dentro do grupo de risco. A ideia é controlar ainda mais a proliferação do vírus na cidade.

Segundo a médica sanitarista Carin Albino, a portaria que restringe o uso de máscaras pretende esclarecer a população de que o item só deve ser utilizado em caso de extrema necessidade.

– A população não tem indicação de usar em casos em que não existe sintoma – explica a médica.

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Nos hospitais e para profissionais que lidam diretamente com a área médica, aí sim a máscara deve ser utilizada.

– Os estoques estão baixos, e é importante que a portaria delimite em quais casos é necessário usar a máscara – completa.

Segundo a coordenadora da Vigilância em Saúde, Jeane Vieira, o secretário da Saúde, Tarcísio Crocomo, deve assinar a portaria entre esta segunda até a sexta-feira. As grávidas também passam a ser alvo específico de uma portaria municipal. Todas as gestantes que trabalharem em postos de saúde, hospitais ou pronto-atendimentos serão encaminhadas para outra função.

– Mesmo usando máscara, elas não vão permanecer no atendimento direto ao público – explica a médica.

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Até domingo, em Joinville, havia 66 casos suspeitos de gripe A. Destes, 20 estavam internados em estado mais grave. De acordo com Jeane, os procedimentos de identificação de casos suspeitos continuam os mesmos: precisam ter os principais sintomas da doença para serem submetidos a exames. Jeane disse que a procura pelas unidades de saúde tem sido grande.