O governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltou a afirmar, nesta quarta-feira, que os protestos de alunos contra a reorganização escolar e o fechamento de 93 escolas têm motivação política. Ele também defendeu a medida e disse que ela visa melhorar a qualidade da educação paulista.
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Nos últimos três dias, protestos de estudantes que bloquearam importantes vias de São Paulo foram reprimidos pela Polícia Militar, com o uso de bombas de efeito moral e spray de pimenta. Apenas na noite de terça-feira e na manhã desta quarta, oito pessoas foram detidas, sendo quatro menores de idade.
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– Não é razoável a obstrução de via pública, é nítido que há uma ação política no movimento. Ainda mais na avenida Doutor Arnaldo [onde ocorreu o protesto pela manhã], que tem o Instituto do Câncer que recebe mais de mil passageiros por dia – afirmou.
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Alckmin disse ainda que, assim como a Secretaria da Educação do Estado, a polícia tem dialogado com os manifestantes.
– A polícia tem solicitado a eles, sendo que uma boa parte não são nem alunos da rede estadual, para que não fechem as avenidas. A polícia pede para sair, dialoga e aguarda a saída. Agora, há uma clara exacerbação de natureza política – disse.
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Durante o protesto na avenida 9 de Julho, na noite de terça, uma viatura descaracterizada da Polícia Civil teria tentado passar pela manifestação e houve registro de confusão. Estudantes disseram que um policial sacou uma arma diante do protesto. Alckmin disse que é “normal” que haja policiais sem farda durante protestos.
– É normal, sempre tem Polícia Civil e Polícia Militar – disse.
Abusos
O ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, solicitou na terça-feira que ações da PM em duas escolas ocupadas sejam investigados pela Corregedoria da PM e pelo Ministério Público. Em um dos casos, na Escola Estadual Coronel Sampaio, em Osasco, policiais militares jogaram bombas nos estudantes, “mas não impediram que invasores ateassem fogo no Colégio”, segundo o ouvidor.
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Outro caso, na Escola Estadual Maria Jose, na Bela Vista, região central da cidade, policias militares entraram em confronto com estudantes, “agredindo um deles no peito e derrubando-o no chão”.
– Na sequência, fecharam a porta, tudo isso visto em vídeo que esta nas redes sociais – argumenta o ouvidor.
*Estadão Conteúdo