Nós nos perdemos no tempo e no espaço ao tentar investigar onde, quando e quem iniciou a milenar arte de contar histórias. A pista de ser milenar já nos dá a chave para motivarmos a acender as fogueiras e continuarmos com o fio da história. Pois esta arte nos liga a algo mais humano que existe a linguagem.
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Quando o ato de ouvir e contar histórias deseja ser uma estratégia pensada às crianças e aos jovens leitores, os adultos precisam ter clareza do porquê contar histórias e como elas são importantes para nós.
As crianças e os jovens observam as ações dos adultos. Então, quando falamos que é importante ler, temos que mostrar por que é importante, o que acontece quando lemos, quais são nossas reações, lemos para nós com qual frequência, temos livros pela casa, os livros são observados, lidos e relidos?
Além dessa relação com o objeto livro _ um dos portadores de histórias _, outra atitude
que os pequenos observam são nossos comportamentos nos ambientes sociais e familiares, quando os mais velhos (guar-diões das histórias) contam e recontam enredos da família, de causos, de amigos… as crianças “pescam” nosso respeito dado aos “guardiões”.
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Neste sentido, se o adulto já está na teia das histórias, ele também pode contar suas narrativas, sejam elas dos livros ou não, assim o ponto de partida fica fácil.
Por que é importante contar histórias para crianças e jovens? Quando contamos nossas histórias familiares, por exemplo, estamos nos contando, fazemos parte do enredo, a história nos liga, cria e estabelece vínculos afetivos. A criança e o jovem constroem sua identidade, se fortalecem sabendo melhor quem e como podem ser. Ao apresentar as histórias dos livros, podemos comparar as histórias com a vida, experimentar sentimentos, ensaiar viagens, fortalecer relações, compreender atitudes, ampliar repertório, enriquecer vocabu-lário, aguçar conhecimentos, ou seja, descobrir-se!
Quando o processo de contar histórias inicia-se? Na barriga da mãe. No processo de preparar a casa para a recepção, devemos incluir nos afazeres a primeira seleção de livros. Para este momento inicial há livros de panos para serem fofos e agradáveis, de plásticos para poderem ir ao banho, os com texturas e cheiros para seduzir e os resistentes para não rasgarem facilmente.
Dessa forma, paralelamente ao estímulo carinhoso com o objeto livro, o ato de olhar a criança no olho e conversar com ela, aproximando-a das histórias. A criança vai crescendo e entendendo como funciona o ato social de ouvir e contar histórias.
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Atitudes como levar as crianças desde bebês aos espaços culturais, como teatro, livraria, biblioteca e feira de livro, também contribuem para o aprimoramento da cultura da escuta. É importante respeitar o tempo de cada criança, pois é cultural o ato de ouvir, e se a criança está no processo, devemos ter sensibilidade para não forçar, precisa ser em leves medidas, sempre acompanhadas de um sentimento de: Ah já acabou!?
A criança que ouve histórias possivelmente será mais atenta, na vida afetiva, emocional e cognitiva, e o adulto que lê para ela se beneficiará de certa forma dos momentos prolongados de “… e foram felizes para sempre”! Nada é para sempre, mas quando entendemos que “foram felizes para sempre ” acontece, aproveitamos mais e da melhor forma possível.
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