Em entrevista exclusiva ao Diário Catarinense, o lateral esquerdo Alan assumiu que tomou remédio para desinchar o tornozelo por conta própria e acabou caindo no antidoping realizado na partida contra o ABC. Ele foi condenado a seis meses de suspensão pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por uso da substância hidroclorotiazida, um diurético que está na lista proibida por mascarar o uso de outras substâncias.

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Alan foi punido num momento em que se destacava na Série B, despertando o interesse de clubes como Inter, Corinthians, Atlético-PR e até da Turquia.

Nesta quarta-feira, ele apareceu no clube abatido. Mas treinou normalmente, correu e disputou bolas no treinamento realizado no Campo da Aurora, no bairro Saic. As feições do atleta, contudo, eram fechadas. Em alguns momentos da entrevista, seus os olhos ficavam marejados.

O advogado Marcelo Zolet, do departamento jurídico da Chapecoense, disse que o atleta pode recorrer da decisão à turma de recursos do STJD. Mas o procurador do STJD também pode recorrer para aumentar a pena.

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Alan vai recorrer. O empresário Douglas Gonçalves deve estar na sexta-feira em Chapecó para conversar com a direção do clube. Segundo o diretor de futebol, Mauro Stumpf, o jogador tem contrato até novembro e deve cumprir a suspensão no clube. No entanto a Chapecoense deve buscar mais um atleta para a posição, já que não poderá contar com Alan.

Confira a entrevista que o atleta deu ao Diário Catarinense.

DC – Qual o sentimento no momento?

Alan – Estou triste e também indignado

DC – Deve ser difícil para um jogador ficar sem atuar?

Alan – É a pior coisa que pode acontecer para um atleta, não poder fazer o que mais gosta.

DC – Mas você vai seguir treinando na Chapecoense?

Alan – Tem que seguir trabalhando, dar um jeito de levantar a cabeça, mas é difícil.

DC – Voltou o sentimento de quando sofreu a punição?

Alan – Eu perdi o chão. Foi um choque. Ser punido por uma coisa que não fez.

DC – E aconteceu numa ótima fase sua…

Alan – A vida do jogador vai do céu ao inferno muito rápido. O futebol é assim. Vou seguir trabalhando para voltar bem e mais uma vez buscar meu espaço.

DC – Deco e Carlos Alberto cumpriram apenas 30 dias por substância similar…

Alan – Isso é o mais indignante. Não sei se é político, sei lá. Não tem o que fazer.

DC – Mas você vai recorrer?

Alan – O procurador pode recorrer da decisão e eu também vou recorrer.

DC – Você usou alguma substância proibida, tomou algum remédio?

Alan – Só lembro que estava com o tornozelo inchado e meu pai, que estava me visitando, me deu um remédio que pensei ser aspirina. Depois descobri que era Clorana, que tem hidroclorotiazida. Mas é uma substância que não melhora o desempenho.

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