A Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi) reivindicou nesta quarta-feira o assassinato de dois jornalistas franceses, em 2 de novembro, no Mali, em um comunicado divulgado pela agência de notícias mauritana Sahara Medias.
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“Esta operação ocorre em resposta aos crimes cometidos pela França contra os malineses e às ações das forças africanas e internacionais contra os muçulmanos do Azawad”, nome dado pelos tuaregues ao norte do Mali, indica o comunicado.
A Aqmi considera que o assassinato dos dois jornalistas “representa o mínimo da fatura que (o presidente francês François) Hollande e seu povo devem pagar como contrapartida por sua nova cruzada”, concluiu a rede no texto.
Segundo a agência Sahara Medias, a katiba (unidade combatente) da Aqmi que cometeu os assassinatos é a de Abdelkrim Targui, um tuaregue que era ligado a um dos principais líderes da Aqmi no Mali, Abu Zeid, morto no início do ano durante a ofensiva militar das tropas do Chade e da França no Maciço de Ifoghas (nordeste do Mali).
Os jornalistas da Rádio França Internacional (RFI) Ghislaine Dupont, 57 anos e Claude Verlon, 55 anos, foram assassinados em Kidal, (nordeste do Mali), pouco depois de terem sido sequestrados por um pequeno grupo de homens armados. Acostumados a missões difíceis, Ghislaine e Verlon foram sequestrados diante da residência de Ambéry Ag Rhissa, um representante do Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (PMNLA, rebelião tuareg), a quem haviam entrevistado pouco antes. Seus corpos foram encontrados menos de duas horas depois por uma patrulha francesa alertada do sequestro, cerca de 12 km a leste de Kidal.
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O Exército francês intervém desde janeiro no Mali, de onde expulsou os grupos islamitas armados que ocupavam o norte do país. França, Mali e a Minusma, a força de paz da ONU no Mali, colocaram em andamento uma operação conjunta no país há uma semana para evitar um ressurgimento dos movimentos terroristas.