Enchentes, tornados, a natureza em fúria parece haver marcado um encontro sobre o mapa de Santa Catarina, espalhando dor e tragédia.
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Parece que todos os “facínoras da natureza” se encontraram sobre a terra de Anita, para a qual convergem as frentes frias e as quentes, as frentes úmidas estacionárias, os ciclones tropicais e até os furacões.
Desde o furacão Catarina, abriu-se uma temporada de tragédias do clima, inaugurando o que antes só existia “no estrangeiro”: uma temporada de tornados, destruição eólica que mói as cidades e suga a vida das pessoas.
Há na geografia catarinense uma morfologia propícia à formação de nuvens e intempéries. Montanhas íngremes e grandes vales – configurando formidável berço para abrigar e embalar tempestades.
A prosa vertiginosa do ex-governador Jorge Lacerda descreveu, certa vez, com sábia maestria, essa “convulsão telúrica” que, apesar de extremamente bela, favorece a inclemência do clima.
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“A natureza, aqui, parece ter convocado as montanhas, numa verdadeira insurreição da terra, contra a marcha do homem. O chão catarinense foi sacudido por uma convulsão de serras. Para dominá-lo, foi mister a obstinação heroica daquelas raças que trouxeram do Velho Continente a decisão da luta e a paixão pela nova pátria.”
Esse mesmo e heróico povo há de lenir essas feridas e relançar a economia do Estado, fazendo da catástrofe um incentivo e um fermento. É hora do Todo-Poderoso interceder “pessoalmente” e acabar com a insânia dessa má distribuição de água, vento e sofrimento.
Ontem a BR-101 ganhou a ponte Anita Garibaldi, bem no colo de Laguna. Se a saga da duplicação ainda continua, com outros desafios, como o do túnel do Morro dos Cavalos, pelo menos se ficou sabendo que neste Brasil enfermo não é impossível superar o mal de Parkinson da burocracia. A bela ponte estaiada de três quilômetros ficou pronta em três anos. A duplicação, como se sabe, já vai para 20 anos.
A “presidenta” mereceu as palmas e pôde, por algumas horas, deixar de ser “a crise”. Uma boa notícia merece mesmo comemoração neste assustado Brasil.
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O governador Raimundo Colombo, agradecido, deu a Dilma Rousseff uma escultura de Treze Tílias, representando a imagem de Anita Garibaldi.
Que a Heroína de Dois Mundos a inspire e ainda proteja Santa Catarina do estrago dos governos e da inclemência do tempo.