Aos 12 anos, Caio Vinicius Santiago Simas é um dos pequenos joinvilenses que inspiram e fazem a diferença, mostrando que o futuro pode, sim, ser melhor. Ele entende bem como conciliar as atividades escolares e de diversão com responsabilidade de gente grande. Estudante do 7º ano do Colégio Tupy e vereador mirim da Câmara de Joinville desde o início do ano, o menino se sensibilizou com a situação dos refugiados que vivem no País e teve uma ideia que pode se tornar uma lei federal.
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Tudo começou quando ele, motivado por uma campanha da Igreja Evangélica que a sua família frequenta, participou de uma campanha de arrecadação para ajudar a cuidadora de idosos Gertha Loois. Ela é uma refugiada do Haiti e, formada em enfermagem, precisava ter o diploma legalizado no Brasil para exercer a profissão. Para isso, havia a necessidade de traduzir seus documentos para o português.
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Sensibilizado com a causa, Caio colocou em prática uma proposta enviada a um concurso do Projeto Plenarinho, da Câmara dos Deputados, em Brasília. Ele propôs que a tradução dos documentos escolares de refugiados no Brasil seja obrigatória e com prazo máximo de um ano para ser concluída.
— Eles vêm sem nada, e essa proposta pode ajudá-los a conseguirem um emprego. A tradução dos documentos é cara, e isso vai ajudar não só a eles, mas também a economia do Brasil, pois haverá mais médicos e pessoas trabalhando — explica o menino.
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A iniciativa foi uma das três selecionadas, dentre 600 projetos de lei, para serem debatidas e votadas durante o Câmara Mirim 2017, que começa no próximo dia 19, na Capital Federal. O projeto pode ser, posteriormente, apresentado como projeto de lei pelos deputados. Para a mãe, Angelita Maria Santiago Simas, que vai acompanhá-lo na viagem, a apresentação da proposta expressa sentimento de acerto na educação do filho.
— É um misto de orgulho com o dever sendo cumprido como mãe — afirma ela.
Caio não cogita se tornar um vereador no futuro, quer ser programador de jogos, e diz que ainda pretende continuar ajudando os outros. O menino também destaca ter aprendido uma lição como vereador mirim e que irá levar para a vida adulta: “Quebrar o preconceito de que todo político é ladrão”.