Natural de Florianópolis, Camila Martins é uma artista autodidata. Formada em Moda pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), ela trabalhava como estilista em uma multinacional varejista em São Paulo quando começou a praticar cerâmica, em 2016. No mesmo ano, foi demitida e decidiu trocar o hobby por um projeto de vida e fonte de renda, vendendo acessórios de porcelana em feiras artesanais.
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Foi só em 2020, entretanto, quando retornou a Florianópolis, que conseguiu se dedicar 100% à prática da escultura. Agora, a moradora da praia dos Ingleses, no Norte da Ilha, está com a exposição “Água Mole, Pedra Dura”, que conta com 12 esculturas de cerâmica na Fundação Cultural Badesc, em Florianópolis. A mostra inédita abre nesta quinta-feira (7), a partir das 19h, e é gratuita.
Em São Paulo, onde Camila teve o contato com a cerâmica, ela divulgava o trabalho nas feiras independentes e em “rolês” paulistas.
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— Eu conheci muita gente fazendo isso, de sair pro rolê com meus acessórios, e aí eu dava para as pessoas na noite. Tem muita gente que já ganhou acessórios meus assim — conta, bem-humorada.
A formação da artista em cerâmica é “do it yourself” (faça você mesmo), de acordo com ela. Ela começou a prática no Sesc Pompeia, que fica em Água Branca, em São Paulo.
Ao ser demitida, ela pegou o “dinheirinho” que restava e gastou em cursos de cerâmica, que fez em São Paulo, Rio de Janeiro e Nova Iorque com artistas como Kimi Nii, Flavia Santoro e Carine Grosemans. Ela também participou de exposições coletivas em São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis. A artista foi, inclusive, finalista do prêmio de arte da Aliança Francesa em 2024.
“Água mole, pedra dura”
O que inspirou o nome da mostra, que tem curadoria de Camila e da fundação, é a perseverança que o ditado popular “água mole, pedra dura, tanto bate até que fura” reforça.
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— Esse ditado fala muito sobre perseverança, de a gente acreditar no quase improvável, que seria da água de alguma forma poder furar a rocha. O meu trabalho vem muito desse lugar, de fé, de acreditar nas coisas — pontua Camila.
Veja fotos das esculturas
No momento, Camila mora com a família no Norte da Ilha, para poder se manter como artista em Florianópolis, o que “não é fácil”, diz ela. Mesmo em meio às dificuldades — Camila não possui um ateliê, por exemplo — a artista espera que as pessoas possam enxergar um pouco de Florianópolis na mostra.
— Eu espero que as pessoas consigam enxergar um pouquinho de “Floripa” na exposição, né, porque também passa por esse mimetismo, por esse lugar de onde eu vim, onde eu vivo, e a minha expectativa é que, de alguma forma, isso toque as pessoas. E eu fico muito feliz de tirar os meus trabalhos da minha casa, porque eu nem recebo tanta gente aqui, porque eu moro com a minha família. Não é um ateliê, uma loja. Então, estar em lugar, em espaço público, é muito legal. Acho que é para isso que o trabalho vem também. É sobre ser visto — completa Camila.
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A mostra “Água Mole, Pedra Dura” poderá ser visitada até 9 de janeiro de 2025 no Espaço Paulo Gaiad. A Fundação Cultural Badesc fica na Rua Visconde de Ouro Preto, 216, no Centro de Florianópolis. A visitação no espaço pode ser realizada de segunda a sexta, das 13h às 19h.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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