O que tinha para ser uma manhã de lazer à beira mar virou dor de cabeça para banhistas e moradores da Praia do Campeche, Sul da Ilha de Santa Catarina. Resultado de uma mancha escura na água que corre em direção ao mar, na altura da Avenida Pequeno Príncipe. A coloração e o mau cheiro preocupam quem passa pelo local. Sem saber do que se trata, comunidade marcou uma reunião para o final da manhã de sábado (27).

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O assunto não é novidade. Na quinta-feira, voluntários da ONG Instituto Sea Shepherd Brasil, Núcleo Santa Catarina, percorreram a praia para identificar pontos onde há indícios de água de esgoto. No domingo (28) eles farão coletas de amostras da água escura em três pontos da região do Riozinho, no Campeche, e também nas praias da Armação e Matadeiro. O objetivo é atestar que a água está contaminada e por quais tipos de substância. Após a coleta a amostra ficará pronta em até uma semana.

Inicialmente, os frequentadores imaginavam que a água seria da chuva. Agora, a suspeita de que se trate de esgotos sendo jogados diretamente para as águas da praia. Conforme a Intendência da Praia do Campeche, a abertura da saída para o mar foi uma decisão da Defesa Civil.

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MANIFESTAÇÃO NO DIA 5 DE MARÇO

Durante a reunião da comunidade, moradores optaram por realizar no próximo sábado (5/3), a partir das 9h, um encontro pacífico com o objetivo de conversar sobre o problema e manifestar a indignação e constrangimento por ter a praia poluída.

– A água preta não é o problema. A coloração significa resíduo de matéria orgânica. O problema é o volume diário. De onde vem? Não tinha isso. A água está poluída com esgoto secundário. A drenagem pluvial está recolhendo de ligações clandestinas – diz o engenheiro sanitarista e professor Daniel Silva, morador do bairro há mais de 30 anos.

Ele explica que esgoto secundário é a parte que não está em contato com os gases provenientes do coletor público ou fossa séptica, com o resto do material que fica localizado depois das fossas. É esse resto que está caindo na estrutura de drenagem pluvial e nos rios da região do Campeche.

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– Educação sanitária é fundamental. Ainda há muita gente que não sabe a diferença entre rede pluvial e esgoto. É preciso investir nisso – alerta ele.