Carlos Motta

Diretor executivo da DalNeem Brasil

Muito se fala a respeito de produção de alimentos, qualidade e viabilidade econômica. Mas muito ainda fica no discurso. Somos o país que mais consome agrotóxico. A febre por uma alimentação saudável suscita a discussão sobre como produzir mais e com menor impacto ao ambiente e à população, levantando a questão de que o problema dos agrotóxicos no Brasil deixou de ser assunto agronômico para ser importante questão de saúde pública e de preservação do ambiente.

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Há demanda por processos que possibilitem o desenvolvimento sustentável, tanto produtivo quanto econômico. Isso é corroborado pela estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) de que o mundo terá que aumentar em 70% sua produção agrícola em quatro décadas para evitar uma crise alimentar.

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O Brasil tem eficazes técnicas para o manejo orgânico, mas que hoje não são difundidas, tendo sua credibilidade colocada em xeque com a disseminação de que o produto orgânico é mais caro e não há viabilidade para produção em massa na agricultura. Porém, o fertilizante orgânico é uma saída viável economicamente e que precisa ser difundida.

Santa Catarina pode ganhar destaque por ter empresários que já investem no segmento, trabalhando com a neem, árvore proveniente da Índia. Mundialmente utilizada na agricultura e pecuária para aumento da produção e controle de pragas, é um fertilizante orgânico que pode ser uma solução para a agricultura.

Com a utilização dos produtos derivados, como a torta de neem, é possível produzir mais, num menor espaço e com menor custo, gerando incremento na produtividade e na rentabilidade. Suas propriedades favorecem o reaproveitamento do solo e a revitalização de áreas afetadas por intempéries, como chuva, seca ou granizo. Na crise hídrica, ela pode ser um caminho aos agricultores, principalmente aos pequenos, que são os mais expostos aos riscos e à injustiça socioambiental.

A ONU elegeu 2015 como o ano internacional dos solos, para alertar a sociedade sobre a importância de preservá-los e recuperá-los. Muitos podem se questionar: como posso contribuir para que em 2050 não faltem alimentos? A resposta é simples: discernimento e cobrança da utilização de processos sustentáveis, priorizando a saúde e o equilíbrio do planeta.

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