Devido à recessão e ao alto preço do milho, a agropecuária catarinense deve fechar este ano com faturamento de R$ 29,07 bilhões, 0,7% mais do que no ano anterior, quando alcançou R$ 29,04 bilhões. O valor é quase igual ao do ano passado, mas se considerarmos a inflação, a queda é de quase 8%. As lavouras, que incluem grãos e frutas, terão resultado um pouco melhor: receita bruta de R$ 12,4 bilhões, 6,9% superior ao de 2015.
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A pecuária vai fechar o ano com faturamento de R$ 16,68 bilhões, 4,46% inferior ao obtido no ano anterior, R$ 16,46 bilhões. Essas projeções, com base no mês de outubro e em valores nominais (sem descontar a inflação), integram o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) dentro das propriedades rurais e foram divulgadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O desempenho de SC é melhor do que o nacional, que deverá ficar em R$ 519, 3 bilhões neste ano, 2,5% menor ao de 2015, (R$ 522,77 bilhões). O valor das lavouras no país terá queda de 1,9% e o da pecuária, de 3,7%. O maior crescimento obtido por produto em SC foi o da cebola, da qual o Estado é líder nacional.
A receita deste ano alcançou R$ 887,3 milhões, uma alta de 86% frente a 2015, quando os agricultores faturaram R$ 476,5 milhões. Outro destaque foi a banana. O valor bruto da produção deste ano chegou a R$ 1.017 bilhão, o que significa 64% superior ao de 2015, quando alcançou R$ 618,1 milhões. As receitas com batata inglesa e trigo também subiram mais de 60% neste ano.
Setor sofreu com alto preço do milho
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Uma retração expressiva ocorreu na produção de suínos, da qual SC lidera a produção e as exportações. Até outubro deste ano, o segmento alcançou R$ 3,66 bilhões, enquanto em 2015 faturou R$ 4,18 bilhões, um recuo de 12,43%. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), José Zeferino Pedrozo, o setor sofreu com o alto preço do milho, porque além do custo elevado para trazer o produto da região Centro-Oeste, teve que pagar caro nas importações.
Isso porque muitos produtores do país preferiram exportar o cereal e aí faltou no mercado interno. O Estado tem um problema antigo: produz cerca de 3 milhões de toneladas de milho, mas, principalmente, em função das atividades de avicultura e suinocultura, consome 6 milhões de toneladas por ano.
– Este ano de 2016 não vai deixar saudades para os suinocultures catarinenses em função desses altos custos. Para o ano que vem, apesar de as expectativas não serem muito altas, esperamos uma situação melhor porque temos regiões grandes produtoras de suínos no Estado e diversas empresas que investiram alto no setor – afirmou Pedrozo.
Sobre as lavouras de grãos, Pedrozo observa que foram melhores porque o Estado não teve problemas climáticos durante a safra, enquanto outros Estados tiveram.
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Para o secretário adjunto de Agricultura do governo catarinense, Airton Spies, apesar da crise, os números mostram que o Estado foi melhor do que a média nacional. Segundo ele, um dos motivos deste diferencial é a grande diversidade de atividades e agregação de valor pelas agroindústrias. Ele observa que a cadeia produtiva do agronegócio responde por cerca de 29% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.