Apesar da retração do consumidor, que substituiu produtos caros por outros mais baratos, e do aumento dos preços do milho, que impactaram os custos de produção, o agronegócio segue investindo. No ano passado, o setor alimentar foi responsável pela maior fatia de aportes realizada pela indústria em Santa Catarina, de 38%, segundo levantamento da Fiesc.

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Somente a JBS já investiu mais de R$ 200 milhões desde 2015. Segundo o diretor de Agropecuária da empresa, José Antônio Ribas Júnior, que também preside a Associação Catarinense de Avicultura (Acav).

— Nós não deixamos de fazer nenhum investimento – afirma Ribas.

No ano passado o presidente da JBS, Wesley Batista, esteve na Exposuper, em Joinville, onde acenou com a possibilidade de investir até R$ 500 milhões nas 14 unidades de Santa Catarina, em dois anos.

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Indústria de Santa Catarina desacelera investimentos

Confecção aposta em nova máquina para ampliar produtividade

A maior parte dos investimentos foi na unidade de Seara, na qual os abates passaram de três para cinco mil suínos por dia.

Em São Miguel do Oeste, foram investidos R$ 40 milhões no frigorífico, que dobrou o abate de mil para dois mil suínos por dia, e na fábrica de rações. A meta até 2017 é chegar a três mil suínos por dia. Houve investimento também na unidade de Itapiranga e em Lages. Isso sem contar os aportes para os produtores integrados.

Nesta semana, o diretor-executivo da Acav e do Sindicados da Indústrias de Carnes e Derivados, Ricardo Gouvêa, disse que as agroindústrias terão que investir para atender uma projeção de crescimento da demanda. O Ministério da Agricultura divulgou neste mês uma projeção de aumento da produção nos próximos dez anos de 31,3% em suínos e 34,6% em frangos.

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Gôuvea avalia que o crescimento na produção de frangos em Santa Catarina será menor. Mas, em suínos, o avanço terá patamares maiores pelo diferencial sanitário, já que SC é o único Estado com certificado internacional de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação. Graças a esse certificado, Santa Catarina negocia a abertura do mercado da Coreia do Sul, que importa 400 mil toneladas de suínos por ano.