O setor agroalimentar vai puxar os investimentos em Santa Catarina de 2015 até 2017, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), divulgado na sexta-feira. Está prevista a injeção de R$ 1,7 bilhão para o triênio, um terço do total previsto nos investimentos do setor industrial catarinense.

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Agronegócio de SC ganha rentabilidade na exportação com alta do dólar

Mesmo com a economia nacional patinando e as exportações do Brasil caindo 7,8% em volume de suínos e 3,1% em volume de frango nos primeiros cinco meses, as agroindústrias estão mantendo os investimentos.

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– No mercado interno caiu o consumo, mas as indústrias estão olhando um horizonte a longo prazo e apostando na exportação – explica o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina e da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ricardo Gouvêa.

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Para o executivo, o status sanitário diferenciado de Santa Catarina – que é o único Estado brasileiro reconhecido internacionalmente como livre de aftosa sem vacinação, e que em maio também foi reconhecido como livre da peste suína clássica junto com o Rio Grande do Sul – contribuiu para o reforço nos frigoríficos.

A JBS, por exemplo, anunciou na semana passada que vai investir R$ 500 milhões em Santa Catarina. O diretor de agropecuária da empresa, José Ribas, detalhou que para este ano há planos de investir de R$ 150 milhões no Estado.

– Estamos mantendo os investimentos em Santa Catarina e esperamos um cenário mais otimista a partir do segundo semestre – afirma o diretor da JBS.

Até janeiro de 2016 a unidade da empresa em Seara vai ampliar o abate de 4 mil para 5,5 mil suínos por dia. O investimento na cidade será de R$ 40 milhões.

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A unidade de suínos em Itapiranga também será ampliada até o início do ano que vem, aumentando a produção de 1,4 mil para 3 mil suínos/dia. Além disso a JBS estuda a implantação de mais uma unidade frigorífica.

– Existe a possibilidade de uma nova planta em Santa Catarina, entre o Meio Oeste e o Planalto Norte – antecipa Ribas.

A implantação de uma nova unidade representa investimentos de R$ 350 milhões da empresa no Estado.

Investimentos diversificados

A Cooperativa Central Aurora Alimentos – o terceiro maior grupo agroindustrial do país – concluiu a construção do conjunto de armazenamento composto por oito silos com capacidade para 1 milhão de sacas de grãos, no município de Cunha Porã. O valor total do investimento foi de R$ 27 milhões. Além disso, a empresa também está investindo na ampliação de uma das unidades de suínos em Chapecó.

A BRF é outra empresa a ampliar a atuação e fazer melhoria de suas unidades. Em Chapecó estão sendo aplicados R$ 15 milhões na construção de uma nova ala para o abate de perus, a ser inaugurada em julho.

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– O momento é de cautela, mas nós não reduzimos investimentos – afirmou o coordenador de Recursos Humanos da BRF em Chapecó, Marcelo Carvalho.

De acordo com o coordenador, houve uma redução nas contratações até então, mas se espera uma recuperação para que o mercado de trabalho volte a ser aquecido. Para ampliar a receita com as venda, a empresa projeta para o segundo semestre o lançamento de mais um mix de produtos com a marca Perdigão.