Dezenas de milhares de agricultores uruguaios exigiram nesta terça-feira (23) do governo de Tabaré Vázquez um corte nos gastos do Estado e alívio tarifário para evitar um aprofundamento da crise no setor.

Continua depois da publicidade

Em uma manifestação multitudinária em Durazno (200 km ao norte de Montevidéu), produtores agropecuários vindos de todo o país denunciaram um “Estado insaciável que aborta as possibilidades de produzir” e criticaram o “excessivo tamanho e gasto” do setor público.

As críticas também se dirigiram aos legisladores, aos quais acusam de receber dinheiro para gastos desnecessários e que, inclusive, são superiores a muitas aposentadorias;

Em meio às dezenas de milhares de bandeiras uruguaias, primeiro sob um sol inclemente e depois debaixo de chuva, os agricultores pediram a aprovação de uma “lei fiscal que obrigue (o governo) a não gastar mais do que arrecada” e exigiram uma redução do preço do combustível e da energia, insumos indispensáveis para a produção.

Continua depois da publicidade

Também pediram para que se supere o que consideram um “atraso cambiário” que mantém o dólar com viés de baixa.

O governo Vázquez fez vários ajustes fiscais para responder ao volumoso déficit das finanças públicas, de 3,6% do PIB, e sanear a endividada ANCAP, monopólica para refino e distribuição de combustível, mas fortemente deficitária.

No ano passado, o vice-presidente Raúl Sendic, ex-presidente da Ancap, renunciou em meio a um escândalo pelo uso de cartões corporativos da entidade que dirigia.

Continua depois da publicidade

O descontentamento é generalizado no setor produtivo uruguaio pelas fortes altas de tarifas de energia, água, combustíveis (a gasolina subiu 9,8%), impostos e taxas sobre a importação, que encarecem máquinas e insumos.

* AFP