Agricultores familiares estão reclamando do novo modelo de merendas nas escolas municipais de Joinville. O tema foi abordado durante reunião da comissão de Educação, da Câmara de Vereadores, na última terça-feira (10), com o objetivo de debater as alterações desde que o município adotou a terceirização do serviço, no fim de setembro.

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De acordo com Airi Mossi, agricultor familiar na cidade, a quantidade de produtos que a prefeitura compra do setor na nova gestão de merendas foi reduzida, caindo de 16 a 22 mil quilos por semana, para apenas 3 mil. Uma lei municipal determina que 30% dos alimentos da merenda escolar venham da agricultura familiar.

— Não temos previsão do que podemos colher e o que vamos plantar. Não temos mais noção de quanto vamos entregar para as escolas. Temos um prejuízo enorme, porque os custos, como  a locação de caminhão, continua a mesma — explica. 

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Atualmente, a prefeitura é a principal cliente da agricultura familiar de Joinville, que atende cerca de 170 unidades educacionais da rede municipal. 

Airi destaca que nas primeiras conversas com a prefeitura, em julho e agosto, o novo modelo iria manter a contratação dos insumos, mantendo 30% da alimentação escolar com produtos do setor, mas o cenário mudou nas últimas três semanas. 

— A colheita de verde, por exemplo, foi toda perdida. Os produtores de aipim, banana e batata doce também estão sem poder colher os produtos porque a prefeitura não está comprando mais — lamenta. 

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Entretanto, o secretário de Educação, Diego Calegari, diz que a política dos 30% de insumos da agricultura familiar nas merendas permanece em prática no novo modelo, priorizando, inclusive, agricultores de Joinville e região. 

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Conforme Calegari, neste ano, o volume contratado com agricultores familiares já é 13% maior que em 2022. Para ele, o problema apresentado pelos agricultores pode ser causado pela adaptação ao novo modelo.

— Questão de logística do novo modelo pode ter interferido no processo, entre pedidos da agricultura familiar e convencionais, isso que vamos discutir em reunião e fazer os ajustes necessários — diz. 

A mudança no modelo de merenda escolar entrou em prática em 25 de setembro, quando a Sepat – Multi Service Ltda passou a preparar e distribuir a merenda, comprar insumos, executar a logística, garantir o funcionamento dos equipamentos e cumprir exigências legais em relação ao número de profissionais, suas especialidades e segurança durante o trabalho.

Entre as críticas feitas pela comunidade após a alteração estão, principalmente, as longas filas que os estudantes precisam enfrentar para a leitura do QR code que os identifica na hora da merenda e a falha de comunicação que gerou dúvidas sobre a possibilidade ou não de repetição dos pratos por parte das crianças.

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