A mulher de Admir Steinhaus, 48 anos, é a única suspeita de ter assassinado o agricultor em Santo Ângelo, na região das Missões – e confessou o crime, com detalhes, nesta quinta-feira. Elisabete Argenta, 45 anos, está presa temporariamente desde que assumiu ter matado o marido com uma machadada, enquanto ele dormia, ter queimado o corpo na churrasqueira e jogado os restos mortais em um rio.

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Steinhaus estava desaparecido há seis dias quando, nesta terça-feira, familiares encontraram pedaços de ossos na churrasqueira da casa onde morava com a mulher e o único filho do casal, Eduardo, de 17 anos. No mesmo dia, localizaram outros fragmentos de ossada dentro de um saco, do tipo usado para adubo, na beira de um rio, a cerca de um quilômetro da residência.

– Já tratávamos ela (Elisabete) como suspeita desde o registro de desaparecimento, na semana passada, porque os familiares disseram que ela demonstrava despreocupação com o sumiço. Mas até então não tínhamos um corpo – afirma o delegado Rogério Junges.

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A partir da localização dos ossos, a polícia pediu a prisão temporária da suspeita. Na delegacia, Elisabete confessou o assassinato.

– Ela disse que sofria maus-tratos, que ela e o marido discutiam muito e que ele não deixava ela usar o dinheiro ganho com a venda dos produtos (como soja e milho), não deixava ela ver TV ou usar o celular. Mas o filho negou tudo – conta o delegado.

Segundo ela mesma relatou aos policiais, teria aproveitado o momento em que Steinhaus foi descansar após o almoço na quarta-feira, dia 3, e o acertou com um golpe de machado no pescoço. Como ele não reagiu mais, ela o enrolou nas cobertas da cama e levou o corpo até a churrasqueira de chão, no pátio da casa. A agricultora usou um colchão e pneus como produtos combustíveis e gasolina.

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– Como o fogo acabou e ela viu que ainda havia restos mortais, ela decidiu enterrá-los. Mas fez não conseguiu profundidade suficiente na cova, a 100 metros da casa, porque tinha rochas no fundo. Então ela botou em um saco e jogou no rio – acrescenta Junges.

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Os investigadores localizaram a cova coberta com terra e palha e o saco com a ossada. Além disso, na churrasqueira, foi encontrada uma borda do colchão e o filho reconheceu como sendo o da cama onde Elisabete dorme – em quarto separado do marido.

Ela contou aos familiares que Admir havia fugido de casa na terça-feira, dia 2, após ter pego algumas roupas. Mas, na manhã do dia seguinte, uma testemunha afirma ter visto o agricultor na rua.

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A perícia feita nos ossos não conseguiu determinar se são ou não de Steinhaus. Segundo o delegado, tanto o exame visual quanto a papiloscopia (análise das digitais) não conseguiram identificar porque a ossada estava muito queimada. O último teste será o de DNA, que pode demorar até 30 dias para ser concluído.

– Mesmo sem isso, não temos dúvida de que ela seja a autora, pelo fato de ela ter se contradito nos testemunhos, pelos indícios colhidos e, por fim, por causa da confissão – conclui Junges.