Aos 76 anos, o agricultor Miguel Chavala perdeu em alguns segundos tudo o que levou décadas para construir. A casa de alvenaria na comunidade de Santa Maria, no interior de Porto União, voou pelos ares. Um freezer onde ele guardava carnes foi parar pelo menos 200 metros longe do imóvel.

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Doze das 15 cabeças de ovinos morreram. Ele encontrou os animais sem cabeça e com os corpos arrebentados pelo vento e pelos galhos de árvores que voaram na noite de domingo sobre sua propriedade.

– Eu perdi tudo. Não sobrou nada. E só estou aqui porque não estava (em casa). Saí de casa para não morrer – disse.

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Na noite anterior, ele foi levado pelo filho para o Centro de Porto União. A decisão foi tomada minutos antes de o temporal devastar toda a região. Como tinha um exame marcado para a manhã desta segunda-feira, achou melhor ficar no Centro já no domingo à noite.

Como são mais de dez quilômetros até as localidades e ele não dirige, seria trabalhoso para o filho acordar de madrugada na segunda-feira para buscá-lo.

– Só por Deus mesmo. Agora, é organizar um pouco as coisas que estão aqui e reconstruir tudo – disse.

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A propriedade de Chavala foi uma das mais de 20 atingidas pelo vento na noite de domingo. Num raio de aproximadamente dez quilômetros – entre as localidades de Antônio Cândido, Nova Galícia e Santa Maria, distantes cerca de 20 quilômetros do Centro da cidade – nada ficou em pé ou inteiro.

Os pinheiros, os eucaliptos com mais de um metro de diâmetro e até os mais de 40 postes da rede elétrica instalada no ano passado foram destruídos.